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Memes, reels, emojis… Uma sexta linguagem do amor?

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Rawpixel.com I Shutterstock

Mathilde de Robien - publicado em 03/11/23

Embora a comunicação digital ofereça outra forma de expressar o amor, ela não pode se manter sozinha. Esse tipo de contato virtual está longe de ser capaz de atender às necessidades emocionais de seu parceiro

Gary Chapman não os mencionou, e por um bom motivo: esses pequenos pictogramas ou vídeos curtos que agora fazem parte da vida diária de milhões de casais que são minimamente ativos nas redes não existiam. O famoso livro do pastor batista americano The 5 Love Languages foi publicado em 1992, enquanto a palavra “meme” entrou para alguns dicionários em 2013 e o verdadeiro Instagram foi revelado em agosto de 2020. Os emojis são certamente muito mais antigos – o primeiro, no formato de um coração e disponível no ‘Tatoo’ da operadora japonesa NTT Docomo, data de 1995 – mas eles só invadiram a telefonia móvel com a chegada dos smartphones nos anos 2000.

Desde então, seu uso tem crescido exponencialmente. Os memes são o conteúdo mais popular entre os usuários do Instagram. Um milhão de publicações por dia mencionam o termo “meme” em sua legenda, de acordo com o Instagram. E, de acordo com a Emojipedia, a referência em termos de estatísticas de emojis, 5 bilhões de emojis são enviados diariamente no Messenger. Embora o rosto com lágrimas de alegria seja o smiley mais popular no Facebook, é o coração vermelho que leva o prêmio no Messenger, uma rede considerada mais íntima e confidencial.

Ajuda para 88% das pessoas

Quais são os motivos desse sucesso? Emojis, memes ou palavras reais têm o poder de expressar uma emoção sem a necessidade de colocá-la em palavras. De acordo com um estudo publicado para marcar o Dia Mundial do Emoji de 2021, 88% dos franceses acreditam que os emojis os ajudam a se expressar. Embora seu uso entre casais não tenha sido documentado, o fato é que eles são uma nova maneira de expressar seu amor por seu parceiro, por meio de smileys que enviam corações, memes cheios de afeto ou até mesmo o equivalente real de declarações públicas de amor.

De acordo com a Dra. Mary Kempnich, psicóloga da Universidade de Oxford, o poder dos memes não deve ser subestimado. “É como dizer: ‘Ei, estou pensando em você e sei que você vai gostar disso’, e quem não gosta de ser lembrado?”, ela ressalta em um vídeo no Instagram. É uma forma de fazer com que a outra pessoa saiba que você está pensando nela, sem necessariamente esperar uma resposta, e que você conhece seu senso de humor ou seus assuntos favoritos.

Uma sexta linguagem do amor, mas não suficiente

Uma prática que pode corresponder à linguagem do amor de seu parceiro e responder, em parte, à necessidade emocional dele. Um grande coração vermelho pode dizer tanto quanto um “eu te amo” escrito em preto e branco. Essa é a premissa da teoria de Gary Chapman: “Se quisermos nos comunicar de forma eficaz com pessoas de outras culturas, temos que aprender a linguagem delas. O mesmo se aplica ao amor. A linguagem do seu amor romântico e a do seu parceiro podem ser tão diferentes quanto o chinês é do português.” Em outras palavras, se o seu parceiro não for muito nerd, é muito provável que um emoji, mesmo que tenha o formato de um coração, não o faça sentir calor ou frio.

A comunicação virtual não pode prescindir do diálogo na vida real

Emojis, memes, coisas reais… Esses novos meios de expressão podem constituir uma nova linguagem do amor, da mesma forma que as palavras gratificantes, os momentos de qualidade, os presentes, os serviços prestados e o contato físico identificados por Gary Chapman? Sim, principalmente para a geração Z, para quem as redes são uma segunda pele, mas não são suficientes. A expressão de amor não pode ser reduzida a um coração vermelho, por maior que seja, no final de uma mensagem. A comunicação virtual não pode prescindir do diálogo na vida real, o pilar fundamental de qualquer relacionamento conjugal.

Isso requer tempo e presença física. Dois elementos que o contato virtual não oferece. Amor significa dedicar tempo para ouvir a outra pessoa, falar sobre si mesmo, seus desejos, suas dificuldades… A conselheira matrimonial Emmanuelle Bosvet disse à Aleteia que é vital “contar um ao outro”, dedicar tempo para se abrir, revelar suas necessidades, suas aspirações mais profundas e suas emoções. Isso diz algo sobre você, algo real, e é uma parte necessária da intimidade conjugal: “Por meio das palavras, nos aproximamos do mistério da outra pessoa”, ela enfatiza. A presença física também é essencial, pois expressa total disponibilidade para a outra pessoa.

Quais são os benefícios do diálogo genuíno entre parceiros? Amar melhor um ao outro. Falar a verdade um com o outro nos ajuda a nos amarmos melhor. “Se não conversarmos um com o outro, não conheceremos o coração um do outro”, enfatizou recentemente Catherine Bernard, conselheira matrimonial e líder da Equipes Notre-Dame. “E se você não conhece o coração da outra pessoa, então não pode se ajustar e, portanto, não pode amar, porque amar significa ajustar-se constantemente ao seu parceiro”. Nesse sentido, um meme ou um emoji parece um pouco míope!

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AmorCasamentoRelacionamentotecnologia
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