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“Justiça” do Reino Unido sentencia morte de mais uma criança doente

Menina em hospital

Africa Studio | Shutterstock

John Burger - publicado em 09/11/23

Tribunal também ordenou que Indi seja morta no hospital, impedindo seus pais de levá-la para morrer naturalmente em casa

Mais uma criança britânica, por determinação da “justiça” do Reino Unido, deve ser desconectada dos aparelhos de suporte vital à revelia do desejo de seus próprios pais, que preferem manter o suporte até que a filha venha a falecer de modo natural.

A pequena Indi Gregory tem 8 meses de idade e sofre de uma doença mitocondrial incurável, que impede as células do seu corpo de produzirem energia. Ela está internada no Queen’s Medical Center (QMC), em Nottingham. Os médicos do QMC afirmaram à justiça britânica que o tratamento é inútil e causa dor à criança, acrescentando que não podem fazer mais nada por ela.

No entanto, o Hospital Pediátrico Bambino Gesù, do Vaticano, reconhecido como o melhor da Europa e um dos melhores do mundo, já se ofereceu para assumir os cuidados médicos de Indi. A Itália concedeu a ela a cidadania, para que os trâmites pudessem realizar-se sem maiores burocracias.

Mesmo assim, o juiz Robert R. Peel negou a permissão para que a bebê fosse transferida para a Itália. O magistrado decidiu, no mês passado, que o suporte vital deve ser retirado.

Os pais de Indi, Dean Gregory e Claire Staniforth, apelaram – sem sucesso – tanto à justiça britânica quanto ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (CEDH), sediado em Estrasburgo, na França. Eles também pediram autorização para levar a filha para casa, onde viria a falecer de modo natural e sem que a sua morte fosse acelerada por intervenção humana – mas nem isto lhes foi concedido.

O juiz Peel avaliou que seria “quase impossível” remover o suporte vital da bebê e realizar cuidados paliativos na casa da família. Também afirmou que é do “melhor interesse” da criança que o processo de supressão do suporte vital seja realizado num hospital. Segundo a rede BBC, os médicos declararam ao juiz que Indi estaraia “claramente angustiada, agitada e com dor” e que os cuidados após a remoção do suporte vital precisariam ser “gerenciados por profissionais treinados com recursos disponíveis para lidar com complicações e minimizar o sofrimento”.

Os pais de Indi, porém, ainda têm esperanças. Em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, Gregory disse:

“Sabemos bem que a Indi não pode ser curada. Mas há o caso de uma criança norte-americana que, com a mesma síndrome, ainda está viva aos 9 anos. A Indi, com o tratamento adequado na Itália, ainda poderia viver durante meses ou talvez anos”.

Mas a “justiça” britânica preferiu sentenciá-la à morte, como já fez com vários outros bebês, entre os quais Charlie Gard, Alfie Evans, Archie Battersbee e Alta Fixsler. Seus casos repercutiram internacionalmente e indignaram milhões de pessoas pelo caráter ditatorial das decisões dos magistrados, alinhadas a uma visão utilitarista da vida humana.

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