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Como a linguagem positiva pode melhorar você e seu ambiente

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Fizkes | Shutterstock

Patricia Navas - publicado em 15/11/23

"Usar palavras gentis não custa nada", diz a especialista Cintia Carreira em uma entrevista à Aleteia

Cintia Carreira é diretora do Departamento de Educação e Humanidades da Universidade Abat Oliba e professora de Didática de Línguas e Literatura. Em uma entrevista à Aleteia, ela disse que a linguagem positiva, explicada de forma muito simples, é falar bem de si mesmo e falar bem dos outros, usando palavras com uma visão otimista e positiva das situações.

“É um conceito bastante recente, mas, na verdade, muito antigo. Faz parte da corrente da psicologia positiva, que aparentemente também é recente, mas aproveito a licença de usar Aristóteles para dizer que ele foi um dos primeiros a trabalhar com a psicologia positiva e a linguagem positiva”.

A psicologia positiva tem como objetivo enfocar o estado de bem-estar do ser humano: psicológico, mental, físico. Ela tenta levar em conta o que dá valor à vida e se concentrar no positivo, nas virtudes do ser humano e no que dá significado à pessoa.

Desde a Grécia clássica, fala-se do conceito de “eudaimonia”, que significa felicidade, a felicidade pela qual nós, como seres humanos, tendemos a nos esforçar.

Os benefícios da linguagem positiva

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Cintia Carreira garante que essa linguagem é benéfica de várias maneiras, pois influencia os relacionamentos que temos, tanto intrapessoais quanto interpessoais.

Em primeiro lugar, ela influencia o relacionamento consigo mesmo; ou seja, como eu falo comigo mesmo? Com o uso da linguagem positiva, começamos a pensar positivamente sobre nós mesmos, sobre nossas capacidades e virtudes; graças a isso, poderemos nos relacionar com outras pessoas e aplicar o relacionamento positivo aos relacionamentos com os outros.

Com relação ao relacionamento comigo mesmo (intrapessoal), está claro que, como disse Alasdair MacIntyre, “somos seres narrativos”. E, portanto, a capacidade de eu entender, de narrar minha história – minha identidade, quem eu sou, com quem me relaciono – ao longo de minha história, é básica”.

Cintia ressalta que a capacidade de narrar a própria vida para os outros é uma característica do ser humano; portanto, é muito importante aplicar uma linguagem positiva para obter uma compreensão da própria pessoa e uma inserção na sociedade.

Como incorporar a linguagem positiva na vida cotidiana?

A primeira coisa é pensar positivamente sobre nós mesmos e aplicar isso ao restante das circunstâncias e às pessoas ao nosso redor. “É verdade que a teoria é uma coisa e a prática é outra, mas aplicá-la é mais simples do que parece. Usar palavras gentis não custa nada, trata-se de desenvolver um hábito”.

É como as virtudes – diz ela – você se torna generoso quando exercita a generosidade. Você usará uma linguagem positiva quando a usar e a internalizar.

Quem quer que a exercite sairá ganhando, ele e as pessoas com quem interage, porque quando alguém dá, acaba recebendo. “Se eu for gentil, eles serão gentis comigo, e geraremos uma atitude relaxada na qual eu me sentirei à vontade e capacitado para ser melhor. É a isso que estamos destinados, no fim das contas.”

Cintia ressalta que o uso de linguagem positiva ajuda a construir a si mesmo e a contribuir com algo na sociedade. Além disso, ela lembrou que não ganhamos nada ao usar palavras ruins, “no final, isso gera tensões, desconforto”.

Falando como seres humanos

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Luis Rojas Marcos, em seu livro We are what we talk about (Nós somos o que falamos), diz que falar nos torna melhores, é terapêutico, ajuda. Mas não para falar mal, mas como deveríamos falar como seres humanos.

“Ele se aprofunda na ideia de que se eu me amar e falar bem, construirei autoestima e uma identidade pessoal sólida que me ajudará a estar na sociedade e a contribuir para ela.”

Cintia conclui afirmando que a palavra pode ser usada em um sentido positivo ou negativo; “e os usos negativos da palavra são muito sérios, fazem muito mal ao homem”.

Tags:
AmizadePsicologiaValoresVirtudes
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