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Fenômeno na Espanha: famílias promovem “adolescência sem celulares”

jovens com celulares

Ground Picture | Shutterstock

Patricia Navas - publicado em 21/11/23

53,8% dos menores acessam pornografia antes dos 13 anos e 8,7% antes mesmo dos 10; suicídio juvenil também aumentou drasticamente

Milhares de pais e mães, na Espanha, estão se unindo espontaneamente, via redes sociais, para promover uma adolescência sem celulares – ou, pelo menos, com drástica redução do seu uso.

No início deste ano letivo, que no Hemisfério Norte começa entre agosto e setembro, algumas famílias em Barcelona ​​​​criaram um grupo de discussão online para sensibilizar outros pais e debater sobre o acesso dos menores a esses dispositivos. Há uma preocupação crescente com os malefícios da alta exposição de crianças à internet e ao uso de telas durante muitas horas.

“Quer lutar contra a pressão social que normaliza dar um celular ao seu filho quando ele vai para a escola? Quer conhecer alternativas para não ter que fazer isso?”, perguntava uma mensagem que circulou pelas associações de pais de alunos.

Em pouco tempo, mais de 7.000 pessoas aderiram à iniciativa.

Uma nova forma de escravidão

“A internet é uma fonte mais de perigo e desconexão do que de virtudes”, afirmou Xavier Casanovas, porta-voz dos pais, à Catalunya Ràdio, acrescentando que as crianças estão conversando muito menos e até olhando muito menos umas para as outras. Para ele, o uso desproporcional de smartphones é “uma nova forma de escravidão, porque do outro lado há alguém que está programando, que está lucrando”.

De fato, as famílias engajadas na iniciativa denunciam que as redes sociais, os videogames e a maioria dos aplicativos são projetados para viciar os usuários. A título de exemplo, eles mencionam que o criador da função “rolagem infinita”, Aza Raskin, se manifestou arrependido por essa criação e alertou para o seu potencial de gerar dependência.

O grupo de pais também acredita que os sistemas de controlo parental não são uma solução, porque as crianças aprendem facilmente a evitá-los. Boa parte das famílias defende que os filhos só tenham acesso às redes sociais a partir dos 16 anos, quando podem usá-las de modo mais responsável e maduro.

Por que os pais se preocupam

Os promotores deste fenômeno cidadão consideram que “a compreensão da leitura e a capacidade de concentração despencaram devido ao boom tecnológico”. Além disso, eles observam que, por meio dos smartphones, “53,8% dos menores acessam pornografia antes dos 13 anos e 8,7% antes mesmo dos 10”.

“Especialistas em saúde mental e suicídio juvenil recomendam não dar um celular aos filhos antes dos 16 anos. Nos últimos 5, as tentativas de suicídio por parte de meninas menores de idade triplicaram”, alerta o grupo de pais.

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