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A Igreja cresce em um dos países mais desenvolvidos, mas menos católicos da Europa

Helsinki Finlândia

Finn stock | Shutterstock

Helsinque, a capital da Finlândia

Francisco Vêneto - publicado em 05/12/23

Apenas 0,2% da população se declara católica

O novo bispo católico de Helsinque, o espanhol dom Raimo Goyarrola, visitou o Papa Francisco antes de receber a ordenação episcopal e lhe agradeceu pela confiança ao encarregá-lo pastoralmente de um país desafiador: de fato, na Finlândia, de arraigada cultura luterana e em acelerado processo de secularização, somente 0,2% da população se declara católica.

A agência de notícias ACI Prensa conversou com dom Raimo durante a sua passagem por Roma. O novo bispo, que é médico e membro do Opus Dei, contou que convidou Francisco a visitar o país nórdico, onde, embora seja bispo há pouco tempo, já morava havia mais de 20 anos.

A Finlândia tem cerca de 5,5 milhões de habitantes, dos quais apenas 14 mil são católicos. E este número, embora pequeno em termos absolutos, vem crescendo a cada ano – como na parábola do grão de mostarda. O crescimento se deve, em parte, aos imigrantes e refugiados, mas também existe aumento na quantidade de batismos tanto de crianças quanto de adultos finlandeses, muitos dos quais eram membros de outras confissões cristãs.

Esses fiéis, conta o novo bispo, lhe proporcionaram um “acolhimento que foi lindo, com imenso carinho e entusiasmo, inclusive no aspecto ecumênico”. Dom Raimo relata que recebeu “mensagens de apoio, parabéns, orações… e elas continuam”.

Para o bispo, o segredo do crescimento da comunidade católica na Finlândia é o próprio Jesus:

“Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Se abrirmos espaço para o Senhor em nosso coração, poderemos levá-lo a outras pessoas. Somos como os primeiros cristãos. Onde quer que estejamos, seremos sal e luz para os outros, com nosso amor, nossa amizade e nosso testemunho. Os primeiros cristãos mudaram a sociedade”.

Nesse processo, o testemunho do pequeno rebanho católico é crucial para promover as conversões:

“Alguns se sentem atraídos pelo sacramento da confissão, outros pela Eucaristia, outros pela figura do papa, outros pela doutrina clara, positiva e bela do matrimônio e da vida humana”.

Em contrapartida, a secularização assola a Finlândia, como de resto varre todo o continente europeu, em particular o norte:

“A secularização está causando estragos na população de forma acelerada, mas a fé dos católicos finlandeses será essa luz que não apenas nos permitirá ver o caminho que leva à casa do Pai, para onde nós todos somos chamados, mas também calor para derreter os corações congelados pela distância de Deus e torná-los mais calorosos, mais humanos e mais divinos. Cada pessoa é única e Deus toca os corações com algo concreto para depois saborear toda a mensagem da Igreja, o conteúdo da nossa fé”.

De fato, o laicismo na Finlândia chegou a tal nível de intolerância ideológica anticristã que até mesmo uma ex-ministra de Estado foi processada recentemente em decorrência das suas declarações públicas de fé. Após um longo processo, ela foi absolvida, mas o precedente gerou preocupações em todo o continente pelo avanço de uma agenda persecutória em relação às liberdades de religião e expressão. Recorde o caso:

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