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Francisco, um Papa do bem

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Antoine Mekary | ALETEIA

Hozana - publicado em 08/12/23

Já são dez anos de um pontificado com falas e atitudes corajosas e surpreendentes

Quem é o Papa Francisco? Como se explica tanta ternura? Em que se alicerça tanta coragem, disposição, amor e força?

Vamos tentar entender por que tantas virtudes nesse Pastor que o Espírito Santo de Deus nos trouxe, num momento tão delicado por que passa a humanidade e o nosso planeta, e, por via de consequência, a própria Fé e as crenças religiosas. 

Já podemos contemplar toda uma década (por enquanto…) de um pontificado com falas e atitudes corajosas e surpreendentes. Jorge Mario Bergoglio, nascido em Buenos Aires de uma família de imigrantes, levou para o Vaticano a bagagem de experiências na sua arquidiocese de origem, uma incrível disposição, serenidade e simpatia, e a já conhecida simplicidade. A partir da escolha do nome do pobrezinho de Assis, desacompanhado do numeral peculiar aos títulos de reis e papas.

Mesmo com problemas de saúde (com direito a cirurgias e cadeira de rodas), as viagens são constantes, aos diversos países, opinando, sugerindo, dialogando com outras religiões e crenças, na continuidade do ecumenismo já iniciado por seus antecessores. Exortações e propostas audaciosas. Como em Evangelii gaudium: Igreja em saída, procurar, ouvir, dar vez ao povo; o “pecado” da concentração de renda com poucos, e, como consequência, a miséria humana, a falta de solidariedade; e o desinteresse dos países ricos pelos gravíssimos problemas ambientais. 

Em Laudate Deum, comenta com firmeza e segurança, sobre o Sínodo da Amazônia: “Os efeitos das alterações climáticas recaem sobre as pessoas mais vulneráveis, tanto a nível nacional como mundial. … Trata-se dum problema social global que está intimamente ligado à dignidade da vida humana”. E lamenta que haja pessoas que procuraram minimizar esta situação. Citam dados supostamente científicos, como o fato de que o planeta sempre teve e continuará a ter períodos de arrefecimento e aquecimento. … “Secas e aluviões, enxugamento de lagos e populações eliminadas por maremotos ou inundações têm fundamentalmente a mesma origem. Aliás, se falamos dum fenómeno global, não podemos confundi-lo com eventos transitórios e mutáveis, que em grande parte se explicam por fatores locais.” Rechaça, ainda o Sumo Pontífice, com base nas pesquisas científicas, “os que querem culpar os pobres de terem demasiados filhos”, e sugerem para a solução do problema a mutilação das mulheres dos países menos desenvolvidos. Francisco aponta também como uma das soluções, se bem gerida, “a busca de fontes renováveis de energias”. Sendo necessário o efetivo engajamento dos políticos e empresários nisso. Sente-se na responsabilidade de repassar as mais óbvias provas das grandes ameaças que já nos começam a atingir, embora ridicularizadas “por certas opiniões pouco racionais que encontro mesmo dentro da Igreja Católica. Mas não podemos continuar a duvidar que a razão da insólita velocidade de mudanças tão perigosas esteja neste fato inegável: os enormes progressos conexos com a desenfreada intervenção humana sobre a natureza nos últimos dois séculos”. E sugere que temos muito o que aprender com os nativos, os indígenas, sobre o zelo pelas coisas naturais. Acompanha com atenção, entre decepcionado e esperançoso, as decisões das Conferências das mudanças climáticas.

Carismático e afável, ao vivo, abriu o coração, na Jornada Mundial da Juventude (Lisboa, 2023):

“Amigos, quero ser claro convosco, que sois alérgicos à falsidade e às palavras vazias: na Igreja há espaço para todos. Para todos. Na Igreja, ninguém é de sobra. Nenhum está a mais. Há espaço para todos. Assim como somos. Todos”. E dá como exemplo a parábola do banquete daquele senhor que o preparara, e mandou que trouxessem todos, jovens e idosos, sãos, doentes, justos e pecadores. … “Todos, todos, todos! Na Igreja, há lugar para todos”. E pede que cada um, na própria língua, repita com ele: “Todos, todos, todos”. E reforça: “Esta é a Igreja, a Mãe de todos. Há lugar para todos”. “O Senhor não aponta o dedo, Ele não sabe fazer isto…” Novamente, evoca o Evangelho, o gesto de Jesus de braços abertos na cruz. “Jesus nunca fecha a porta, nunca. Mas convida-te a entrar: «entra e vê!» Jesus recebe, Jesus acolhe. Nestes dias cada um de nós transmite a linguagem do amor de Jesus. Deus te ama, Deus te chama. Que belo é isto! Deus ama-me, Deus chama-me. Quer que eu esteja perto d’Ele”. E chama a atenção para não se deixarem enganar pelos lobos e futilidade que os levarão tão-somente à solidão, desespero e vazio interior. E, aconselhador sempre otimista, de fé e confiança: “Cada um de nós traz dentro os próprios interrogativos. Levemos estas questões conosco e ponhamo-las no diálogo comum entre nós. Ponhamo-las quando rezamos diante de Deus. Com o transcorrer da vida, essas perguntas vão tendo resposta; só nos resta esperar”. … “Confiai, porque Deus é Pai e um Pai que nos quer bem, um Pai que nos ama. Isto nem sempre é muito fácil. Mas podemos contar com uma grande ajuda: a da Mãe do Senhor. Ela também é nossa Mãe. Maria é nossa Mãe”.

Na quarta-feira, dia 10 de agosto, em audiência geral, no Vaticano, afirmou que a Jornada Mundial da Juventude (Lisboa 2023) mostrou que é possível um mundo livre de guerrae que o encontro foi “um presente de Deus”. Apesar dos conflitos e guerras que o mundo vive, é possível um mundo de irmãos e irmãs, onde as bandeiras de todos os povos voam juntas, lado a lado, sem ódio, sem medo, sem fechamentos, sem armas”.

Nem a Santa Sé escapa da retidão e sobriedade do 266º ocupante da cadeira de São Pedro. Como Chefe de Estado, procura varrer a corrupção de alguns de seus membros incrustada nas instituições vaticanas, outra atitude louvável, mas muito difícil (e, por isso mesmo, de muito peso), em continuidade dos esforços engendrados por antecessores. Como não amar e respeitar um papa que conhece e se preocupa com os problemas do planeta e os diferentes povos que o habitam? Um papa inclusivo, que não aceita discriminações e preconceitos, sem, contudo, desleixar o Evangelho de Cristo, a Moral e a Ética?… Um Pastor que segue o conhecido preceito paulino de combater o bom combate? Digamos, com humildade e júbilo: FRANCISCO É UM PAPA DO BEM!

Deixe-se, você também, edificar pelas palavras do Papa Francisco. Participe do retiro online permanente: Rezando com as palavras do Papa (clique aqui para participar).

Por Olímpio Araújo, da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza e da Academia Cearense da Língua Portuguesa, pelo Hozana

Veja abaixo imagens do Papa Francisco em momentos de ternura!

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