Que respostas será que ela propõe sobre o sentido da vida?
O Estado norte-americano de Indiana aprovou e deu isenção fiscal à Primeira Igreja do Cannabis, ou "igreja da maconha", fundada pelo autoproclamado "ministro do amor" Bill Levin. A "igreja", segundo seu fundador, se baseia no “amor e na compreensão compassiva para com todos” e o seu sacramento é a própria planta da maconha.
O governador de Indiana, Mike Pence, assinou no final de maio o "Ato de Restauração da Liberdade Religiosa", lei que garante aos cidadãos o direito de exercer suas crenças religiosas sem que a Justiça os processe. Por um lado, a nova lei estadual permitiu que Levin abrisse a sua "igreja" com mais facilidade; por outro, os movimentos gays reagiram indignados, afirmando que a legislação daria a qualquer um o direito de discriminar homosexuais alegando que as suas crenças religiosas reprovam a homossexualidade.
Levin apresentou aos seus fiéis, via Facebook, os 12 mandamentos da Primeira Igreja do Cannabis, entre os quais se destacam bons conselhos como “Compartilhar humor” e “Dedicar ao menos dez minutos diários à contemplação da vida em um ambiente de silêncio”. A nova igreja também ensina que a maconha deve ser plantada e compartilhada, porque a compra e venda da erva é proibida em Indiana.
Graças a doações em dinheiro, que já começaram a ser feitas, o "ministro do amor" planeja alugar em breve um imóvel para os rituais. A abertura oficial da igreja está marcada para 1º de julho, mesma data em que passa a valer no Estado de Indiana o Ato de Restauração da Liberdade Religiosa.
Cabe perguntar-se o que se entende por "religião" quando se fabrica uma e também o motivo de se criar uma "religião" para os apreciadores da maconha. Entre os muitos motivos imagináveis, provavelmente aparecerá, mesmo que envolta em aparente irreverência, a busca de significado e de transcendência, num mundo tão vazio de sentido e tão repleto de propostas fúteis e descartáveis – como a própria maconha.