E se as crenças generalizadas sobre inquisição, Pio XII e Idade Média forem falsas?
Nem sempre a história da Igreja católica é contada por historiadores, sociólogos e pesquisadores católicos. Nem precisa: o que é preciso é que ela seja contada por historiadores, sociólogos e pesquisadores honestos.
E este é o caso do sociólogo norte-americano Rodney Stark, doutor pela Universidade de Berkeley, que acaba de publicar pela Templeton Press (maio de 2016) mais um livro que desmascara séculos de mentira anticatólica misturada com ideologia: “Bearing False Witness. Debunking Centuries of Anti-Catholic History” (“Falso Testemunho: refutando séculos de história anticatólica”, em tradução livre – o livro ainda não tem versão em português).
Na esteira dos livros recentes de Philip Jenkins (sobre o novo anticatolicismo como “o último dos preconceitos aceitáveis” nos Estados Unidos) e do clássico de Thomas Woods (sobre como a Igreja construiu a civilização ocidental), o texto de Rodney Stark refuta abertamente um sem-fim de acusações contra a Igreja católica.
Para o autor, essas acusações “compõem a versão dominante da história que hoje é ‘ensinada’ em instituições educativas e que é objeto de publicações e produtos culturais de todo tipo”.
Com uma trajetória de importantes postos acadêmicos em sociologia da religião e 38 livros publicados, em particular sobre temas religiosos, o livro de Rodney Stark se destaca por mais um fator de credibilidade: o autor não é católico.
“Não sou católico romano e não escrevi este livro em defesa da Igreja”, afirma ele na introdução do texto. “Eu o escrevi em defesa da história”.
A pesquisa de Stark parte do fato de que “todos ‘sabemos muito bem’, pois está estabelecido no que atestam há décadas os livros escolares, que a Inquisição foi um dos episódios sangrentos mais terríveis da história ocidental; que o papa Pio XII era antissemita e que, com toda a razão, foi chamado de ‘papa de Hitler’; que a Idade Média foi uma era escura, que freou o curso do pensamento até ele ser redimido pelo Iluminismo, e que as Cruzadas foram um exemplo temporão da rapinagem do Ocidente, da sua sede de riquezas e de poder”.
Mas será mesmo que isso tudo que “sabemos muito bem” é verdade?
O autor coloca então a pergunta fundamental: e se todas estas crenças são falsas?
Os estudos de Stark, feitos rigorosa e cientificamente, documentam como algumas das mais arraigadas ideias da história, que pintam a Igreja católica no extremo do obscurantismo, são apenas uma coleção de mentiras.
Não só isto: são mentiras misturadas com ideologia, interesses de grupos e ódio intelectual ao cristianismo em geral e à Igreja católica em particular; um ódio que, no começo, veio do mundo acadêmico, depois se tornou “patrimônio” da esquerda radical e, por obra dos meios de comunicação de massas, chegou a se transformar, em todo o mundo ocidental, num “preconceito aceitável” – aliás, bem aceito, inclusive pelos próprios católicos desinformados.
No entanto, trata-se de um castelo de cartas que um sopro de informação objetiva, embasada e imparcial derruba diante de qualquer um que queira enxergar.