Que mensagem a cerimônia pretende transmitir?O “espírito olímpico” volta hoje ao Rio de Janeiro com a abertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, no Maracanã, às 17h30.
Boa parte da cerimônia de abertura foi confiada ao designer Fernando Gelli, 49 anos, criador do “coração em formato de infinito” que é a marca dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Ele explica:
“Desde os primeiros momentos da criação da cerimônia, entendemos que deveríamos usar o caminho da concepção da marca, que fala, acima de tudo, do que nos torna iguais, do que é comum a todos os humanos independentemente da forma do corpo, cor, sexo, se tem ou não deficiência, que é o coração. O coração pode ser a ponte entre as diferenças. E mais: seguindo a tônica da marca paralímpica, falar também da energia infinita que esses atletas têm para sair do fundo do poço depois de terem nascido com deficiências ou sofrido acidentes para chegarem ao alto do pódio. É um caminho inspirador para a vida de uma forma geral“.
A imagem das três figuras humanas se abraçando conquistou notoriedade internacional. Além do coração, ela também alude ao Pão de Açúcar e à palavra “Rio”.
Para tansmitir a proposta de amor contida na mensagem da cerimônia de abertura, seus criadores querem interpelar todos os sentidos:
“Vivemos numa sociedade que precisa ver para crer. É a ditadura da visão mas, curiosamente, a visão nos engana, porque existe a ilusão de ótica. Nossa cerimônia será multissensorial, com um segmento que provoca porque vai além da visão. As pessoas com deficiências acabam desenvolvendo mais os sentidos, transformando a deficiência em potência“.
A cerimônia também vai abordar a relação entre ser humano e tecnologia, dado que a performance dos atletas está muito ligada à qualidade das próteses e à evolução da cadeira de rodas. Por fim, a natureza excepcional do Rio de Janeiro completará os ingredientes do espetáculo de abertura dos Jogos Paralímpicos. O designer espera que a mensagem impacte as gerações futuras.
É uma mensagem, certamente, que suplica para ser transmitida e assimilada.
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A partir de publicação do site Catraca Livre