“Um embrião não é crença”Dom Henrique Soares da Costa, bispo da diocese pernambucana de Palmares, postou uma declaração veemente em protesto contra o voto do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal brasileiro, durante o julgamento de um caso específico em que se revogou a prisão de cinco funcionários de uma clínica abortista clandestina. Outros magistrados não são obrigados a seguir a decisão, mas a sentença abre um sério precedente nas discussões sobre a descriminalização do aborto no Brasil.
Ministros como Luiz Fux e Marco Aurélio Mello votaram pela libertação dos acusados sem entrar no mérito da criminalização do aborto. Eles apenas consideraram que não cabe a prisão preventiva neste caso específico.
Já Barroso apresentou o seu voto defendendo que não seria crime cometer o aborto nos primeiros três meses de gestação, período em que “decidiu” que “não é possível ainda falar-se em vida em sentido pleno” – como se até os três meses de gestação o ser humano fosse “mais ou menos” vivo e, após esse prazo mágico, se tornasse de súbito “plenamente vivo”. O ministro amparou o inexistente “direito das mulheres a abortar” em interpretações subjetivas e genéricas de conceitos como “autonomia” e “igualdade de gênero”, como se o assassinato de um ser humano concebido com a plena consciência dos seus pais fosse uma decisão que torna alguém mais autônomo ou mais igual. Aliás, “mais igual” a quê?
Em sua dura postagem sobre o voto de Barroso, dom Henrique declarou:
O Ministro Barroso, que não foi abortado(!), afirmou, sobre o seu infame pareceer, que tem que se respeitar a crença de cada um…
Hipócrita!
Um embrião não é crença,
não é artigo de fé;
um embrião é um ser humano em processo de personalização,
como cada um de nós, até o momento da morte!
Ou é humano humanizando-se
ou nunca será humano!
Que justiça! Que ética! Que humanidade!
O STF defende os bois da vaquejada e condena à morte embriões!
Hipócritas!