A atriz que interpretou a princesa Leia Organa em “Star Wars” defendia a liberdade religiosaEnquanto o mundo chora a perda da atriz que criou um dos personagens mais icônicos de sua geração, alguns se lembram de outro momento em sua carreira: quando a jovem Carrie Fisher interpretou o papel de uma freira na Broadway.
A peça, de John Pielmeier, era “Agnes of God“, e falava sobre o mistério da trindade. Fisher interpretou o papel da jovem freira enclausurada que deu à luz inexplicavelmente . A personagem havia sido criada para Amanda Plummer (em um interessante coincidência, já que Fisher e Plummer eram ambas filhas de Hollywood).
Vale a pena notar, porém, que ela também interpretou outras freiras em alguns filmes, especialmente em “O Império do Besteirol Contra-Ataca” e “As Panteras Detonando”.
E, para completar, sua mãe, Debbie Reynolds, também fez o famoso papel da freira cantora em “Dominique” no início dos anos 1960.
As inclinações religiosas de Fisher nunca vieram a público. Mas o Religion News Service escreve:
“Lembre-se que ela foi casada por pouco tempo com o cantor e compositor, Paul Simon. Ele fala sobre o relacionamento em “Hearts and Bones“: “um judeu e uma meio judia errantes, livres para vagar onde quer que escolham…”
Fisher era aquela “meio judia errante”.
O pai de Fisher era judeu. Sua mãe não. Teoricamente, de acordo com as correntes reformista e reconstrucionista nos Estados Unidos, Fisher poderia ter sido considerada judia por ter sido criada e educada no judaísmo.
Na verdade, Fisher foi criada à luz do Protestantismo por sua mãe, mas depois se identificou como judia. Ela e sua filha participaram de jantares de sabá em casas de amigos judeus ortodoxos, e às vezes participavam de eventos em uma sinagoga.
De certo modo, ela falou sobre a religião no ano passado:
A atriz de “Star Wars”, Carrie Fisher, criticou os cinemas do Reino Unido por se recusarem a mostrar um anúncio da Igreja da Inglaterra. A propaganda incluía o Pai Nosso e os cinemas alegaram que isso poderia ofender as pessoas.
O anúncio de 60 segundos deveria ser exibido antes do novo episódio de Star Wars: “O Despertar da Força”. Mas foi recusado pela [agência de publicidade] Digital Cinema Media (DCM), que representa as principais cadeias Odeon, Cineworld e Vue, apesar de ter sido aprovadao pela Autoridade de Publicidade do Cinema e pela British Board of Film Classification.
Fisher, que retoma seu papel como a Princesa Leia Organa (agora conhecida como General Organa) no novo episódio “O Despertar da Força”, disse ao The Mail on Sunday que não podia entender de que maneira o curta-metragem poderia ofender os espectadores.
“Eu não tenho ideia disso”, disse ela. “Ofendido? Não. As pessoas deveriam cuidar de suas vidas. Não acho ofensivo ter um anúncio sobre o “poder da oração” antes de Star Wars”.
Fisher, de 59 anos, comparou o anúncio com a presença de uma cópia da Bíblia em um quarto de hotel.
“Eu nunca vi um anúncio como este, mas se considerarmos o cinema como um quarto de hotel, então eles têm todo o direito de colocar um anúncio sobre o poder da oração”, disse ela. “É publicidade, por isso quem tem que se opor são os anunciantes.”
Descanse em paz, irmã.