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Coreia do Norte: religião é proibida, mas culto aos ditadores é obrigatório

Estátua de Kim Il-sung
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Aleteia Brasil - publicado em 14/08/17
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11 fatos sobre as bizarras imposições a venerar retratos e estátuas, entregar-lhes flores, considerá-los divinos e salvá-los de incêndios

11 fatos sobre as bizarras imposições a venerar retratos e estátuas, entregar-lhes flores, considerá-los divinos e salvá-los de incêndios

Com a Coreia do Norte ocupando cada vez mais espaço nos telejornais e nos sites de notícias devido às ameaças de ataque nuclear do ditador Kim Jong-Un contra os Estados Unidos, volta à tona, em vários meios de comunicação, a brutal realidade a que é submetida a população desse país, forçada a idolatrar os seus ditadores como se fossem deuses, ao mesmo tempo em que toda e qualquer outra forma de religião é violentamente perseguida.

Elencamos abaixo alguns dados que esboçam o atual panorama “religioso” da Coreia do Norte, um país oficialmente ateu, mas que, na prática, é obrigado a cultuar o ditador, o pai dele e, principalmente, o avô e fundador do país, Kim Il-Sung.

É muito significativo recordar que Pyongyang, a capital da Coreia do Norte, já foi conhecida como “Jerusalém do Oriente” por conta do intenso e sólido crescimento do cristianismo na região a partir do século XIX. As atuais duas Coreias ainda estavam unidas naquela época. No início do século XX, quando a península coreana caiu sob o domínio do Japão, os cristãos tiveram papel de primeira grandeza nos movimentos de independência. Mas, com a separação entre norte e sul, piorou dramaticamente, na Coreia do Norte, a situação dos cristãos – e dos crentes de quaisquer outras religiões que não sejam esse culto personalista a Kim Il-Sung e à sua dinastia.

1 – O próprio Kim Il-Sung, fundador da Coreia do Norte e avô do atual ditador Kim Jong-Un, nasceu de família cristã, mas passou a perseguir o cristianismo para garantir o próprio poder absoluto. Com o apoio da União Soviética, ele seguiu o modelo ateísta impositivo dos regimes comunistas e proibiu todas as religiões, fechando igrejas e templos e destruindo livros sagrados.

2 – Em 1955, Kim Il-Sung começou a impor aos norte-coreanos uma ideologia chamada “juche“, que consiste num culto a ele próprio e que exige fidelidade irrestrita e até mesmo alguns rituais. Na prática, a juche funciona como uma religião em que o próprio Kim Il-Sung é um deus a ser adorado.

3 – Kim Il-Sung é apresentado e reverenciado até hoje, mesmo depois de morto, como o “Eterno Presidente” da Coreia do Norte.

4 – Venerado à força como um ser divino e infalível, ele conta com nada menos que 40.000 estátuas em sua homenagem, espalhadas por todo o país e às quais a população é obrigada a oferecer flores no início de cada ano.

5 – Aliás, a contagem dos anos, na Coreia do Norte, parte justamente do nascimento de Kim Il-Sung. 2017, por lá, é o juche 106, porque esta seria a idade do fundador caso ele estivesse vivo hoje em dia.

6 – De acordo com as versões oficiais da “história”, que fazem as vezes de “escritura sagrada” para a população supostamente ateia, um arco-íris duplo pintou os céus e uma nova estrela foi registrada no universo no dia em que nasceu Kim Jong-Il, o filho de Kim Il-Sung, em 1942.

7 – É obrigatório que todas as residências norte-coreanas exibam na sua sala um quadro com a foto de Kim Il-Sung e do seu filho Kim Jong-Il. Além de estarem expostos em local privilegiado, esses retratos devem estar sempre perfeitamente limpos. Para fiscalizar o cumprimento deste “mandamento”, é frequente que a polícia invada as casas sem mais nem menos.

8 – O livro “Persecuted“, de Paul Marshall, Lela Gilbert e Nina Shea (2013) aborda a perseguição contra os cristãos em todo o mundo na época atual. Entre os depoimentos registrados, o texto traz o de um refugiado norte-coreano que testemunha o seguinte sobre os tais retratos dos ditadores: “Se um edifício pegar fogo, as pessoas têm que demonstrar a sua fidelidade correndo para salvar os retratos antes de qualquer outra coisa” – inclusive antes de salvarem a si próprias.

9 – Se um norte-coreano é flagrado com uma Bíblia ou cultuando qualquer divindade, o regime o manda, no melhor dos casos, para um campo de trabalhos forçados; no pior dos casos, o “transgressor” é simplesmente condenado à morte. Os familiares, além disso, podem ser castigados durante nada menos que três gerações.

10 – Mesmo assim, como sempre aconteceu desde os primórdios da fé em Cristo, os cristãos na Coreia do Norte vivem a fé clandestinamente e rezam às escondidas, seja individualmente, seja com pequenos grupos, no geral compostos por familiares. Estas informações são confirmadas por cristãos que conseguiram escapar da brutal ditadura norte-coreana, como é o caso dos que dão o seu testemunho no seguinte vídeo da organização Open Doors:

https://youtu.be/-7oM2eEuM5Y

11 – Recentemente, o atual ditador Kim Jong-Un proibiu a celebração do Natal e mandou celebrar o nascimento da sua avó (!) Ele simplesmente substituiu o nascimento de Jesus pelo da “Sagrada Mãe da Revolução”, conforme você poderá conferir neste outro artigo:



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