Papa Francisco também falou hoje sobre a infidelidade: “o infiel é uma pessoa imatura”As atividades do Papa Francisco começaram esta quarta-feira (31/10) recebendo cerca de 40 membros da Sociedade Bíblica Americana, reunidos em Roma para seu retiro anual.
Em seu discurso, o Pontífice encorajou a instituição a intensificar o empenho para transformar a vida das pessoas através da Palavra de Deus.
“A Palavra de Deus tem realmente o poder de transformar a vida, porque ‘é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada de dois gumes’, ‘apta para discernir os pensamentos e intenções do coração’”, disse Francisco, citando a Carta aos Hebreus.
Nenhum outro Livro tem o mesmo poder, disse ainda o Papa, exortando os membros da Sociedade Bíblica Americana a serem capazes de sentir e saborear o tenro afeto do Senhor, como também a sua presença restauradora.
De fato, “a Palavra de Deus traz sempre novidade, é incapturável, foge de nossas previsões e, com frequência, rompe os nossos esquemas”.
Catequese
Quarta-feira também é dia de Audiência Geral no Vaticano. Cerca de 20 mil fiéis participaram na Praça São Pedro do encontro semanal com o Pontífice.
O Papa Francisco completou sua catequese sobre o sexto mandamento, “não cometer adultério”, evidenciando que o amor fiel de Cristo é a luz para viver a beleza da afetividade humana. O amor se manifesta na fidelidade, no acolhimento e na misericórdia.
Este mandamento, recordou o Papa, refere-se explicitamente à fidelidade matrimonial. Francisco definiu como “revolucionário” o trecho da Carta de São Paulo aos Efésios lido no início da Audiência, em que o Apóstolo afirma que o marido deve amar a esposa assim como Cristo amou a Igreja. Levando em consideração a antropologia da época, disse o Papa, “é uma revolução. Talvez, naquele tempo, é a coisa mais revolucionária dita sobre o matrimônio”.
Por isso, é importante refletir profundamente sobre o significado de esponsal, estando ciente, porém, de que o mandamento da fidelidade é destinado a todos os batizados, não só aos casados.
De fato, o caminho do amadurecimento humano é o próprio percurso do amor, que vai desde o receber cuidados até a capacidade de oferecer cuidados; de receber a vida à capacidade de dar a vida. Tornar-se adultos significa viver a atitude esponsal, ou seja, capaz de doar-se sem medida aos outros.
O infiel, portanto, é uma pessoa imatura, que interpreta as situações com base no próprio bem-estar. “Para se casar, não basta celebrar o matrimônio!”, recordou o Papa. É preciso fazer um caminho do eu ao nós. De pensar sozinho, a pensar a dois. A viver sozinho, a viver a dois. Descentralizar é uma atitude esponsal.
A Igreja não necessita de aspirantes ao papel de sacerdotes, “é melhor que fiquem em casa”, mas homens cujo coração é tocado pelo Espírito Santo com um amor sem reservas para a Esposa de Cristo. No sacerdócio, se ama o povo de Deus com toda a paternidade, ternura e a força de um esposo e de um pai. O mesmo vale para quem é chamado a viver a virgindade consagrada.
“O corpo humano não é um instrumento de prazer, mas o local da nossa chamada ao amor, e no amor autêntico não há espaço para a luxúria e para a sua superficialidade. Os homens e as mulheres merecem mais!”
O Papa concluiu recordando que o sexto mandamento, mesmo em sua forma negativa – não cometer adultério – nos oriente à nossa chamada originária, isto é, ao amor esponsal pleno e fiel, que Jesus Cristo nos revelou e doou.
Ao final da Audiência, o Papa recordou a celebração do Dia de Finados. “Que o testemunho de fé dos que nos precederam reforce em nós a certeza de que Deus acompanha cada um no caminho da vida, jamais abandona alguém a si mesmo, e quer que todos sejamos santos, assim como Ele é santo.”
(Com Vatican News)