“Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro”Foi numa referência à Divina Misericórdia que, entre os anos 1931 e 1938, o Senhor Jesus revelou a Santa Faustina algumas novas formas devocionais para auxiliar o cristão a se aproximar desse aspecto de seu mistério.
Essas formas devocionais são o terço, a novena, a hora, a imagem da Divina Misericórdia – que uma vez abençoada, torna-se um sacramental -, e uma nova celebração litúrgica, a Festa da Divina Misericórdia, aprovada no ano 2000 pelo papa João Paulo II e enriquecida com especiais indulgências.
Santa Faustina alimentava a sua vida cristã sobretudo da Sagrada Liturgia, pois vivia intensamente cada celebração, mas o Espírito não deixava de suscitar nela as mais variadas expressões devocionais relacionadas a Deus, aos Santos e de um modo especial ao mistério da Divina Misericórdia.
O Terço da misericórdia deve ser rezado especialmente na preparação para a Festa da Misericórdia, o que indica o seu elo com a Liturgia da Igreja, particularmente os sacramentos da Eucaristia e Confissão.
“O Senhor me disse para rezar o Terço da Misericórdia por nove dias antes da Festa da Misericórdia. Devo começar na Sexta-feira Santa” (D 796). Todavia nada impede que seja rezado em outras circunstâncias. O próprio Jesus pede a S. Faustina para rezá-lo várias vezes: Recita, sem cessar, este Terço que te ensinei (D 687); Vai falar com a Superiora e diz que desejo que todas as Irmãs e educandas rezem esse Terço que te ensinei. Devem rezá-lo por nove dias na capela, com o fim de pedir perdão a Meu Pai e suplicar a misericórdia de Deus para a Polônia (D 714; cf. 851). Algumas vezes Faustina reza o Terço da Misericórdia pedindo bom tempo (ora a chuva, ora o fim da tempestade) – e obtém a graça (D 1128; 1731; 1791). Imitando o crucificado, em certas ocasiões a religiosa polonesa o recitou com os braços abertos, associando, assim, a oração ao sacrifício (D 246; 934; cf. 847).
O costume de rezar breves fórmulas de oração consecutivas e numeradas mediante um artifício qualquer (contagem dos dedos, pedrinhas, ossinhos, grãos…), constitui uma das expressões da religiosidade humana, independentemente do Credo que alguém professa.
Entre os cristãos, tal hábito já estava em uso entre os eremitas e monges do deserto nos séculos IV e V. Tomou incremento especial no Ocidente, com a recitação do “Pai-Nosso” um certo número de vezes consecutivas.
Por volta do ano 1150 ou pouco antes, os fiéis conceberam a ideia de dirigir também a Maria 150, 100 ou 50 saudações consecutivas, à semelhança do que faziam repetindo a oração do Senhor. Cada uma das séries de saudações (às quais cá e lá se acrescentava o “Pai-Nosso”) devia, segundo a intenção dos fiéis, constituir uma coroa de rosas ofertada à Virgem Santíssima; daí os nomes de “rosário” e “coroa” que se foram atribuindo a tal prática; a mesma era também chamada “Saltério da Virgem Santíssima”, pois imitava as séries de 150, 100 ou 50 “Pais-Nossos”, que faziam as vezes de Saltério dos irmãos conversos nos mosteiros.
O dominicano Alano da Rocha (+1475) sugeria a recitação de 150 mistérios, que percorriam os principais aspectos da obra da Redenção. O Terço de Nossa Senhora recebeu a aprovação e recomendação da Igreja em inúmeras ocasiões (cf. João Paulo II, Rosarium Virginis Mariae). O Terço da Misericórdia não pretende substituir o Terço de Nossa Senhora ou nenhum outro (das Lágrimas de Maria, da Divina Providência etc.), mas favorecer particularmente a nossa confiança na divina misericórdia. Na medida do possível, o fiel é convidado a rezar freqüentemente – sozinho ou em grupo – tanto um como o outro.
Como rezar o Terço da Misericórdia
Você pode usar o terço comum
Pai-Nosso
Pai Nosso, que estais no Céu, santificado seja o Vosso Nome; venha a nós o Vosso Reino; seja feita a Vossa Vontade, assim na terra como no Céu; o pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
Ave-Maria
Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós os pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
Creio
Creio em Deus-Pai Todo Poderoso, criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus; está sentado à direita de Deus Pai Todo Poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos; creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.
Nas contas grandes
Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade do Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro.
Nas contas pequenas
Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.
No fim do Terço diz-se três vezes
Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.
(Com Misericordia.org.br)