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O preço que pagamos pela necessidade de estar sempre certos

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Michael Rennier - publicado em 08/05/19
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É satisfatório ser o sabe-tudo, mas quais são os custos desse tipo de atitude?Recentemente, dois dos meus filhos iniciaram uma discussão que acabou levando os dois a recriminações e lágrimas. O motivo da briga era uma suposta melhor maneira de construir um caminhão de Lego. Cada um tinha em mente o modo “certo” de fazer o trabalho e não queria ceder. Tenho certeza de que você pode prever como a história terminou – duas crianças que não queriam mais brincar juntas.

Quando se trata de insistir no que achamos que é certo, os adultos não são diferentes. Discutimos sobre todos os tipos de minúcias, rotulamos um ao outro como teimosos, não podemos imaginar como outras pessoas poderiam estar tão terrivelmente erradas.

Estar certo é uma experiência que traz satisfação. Porém, há um ponto em que nossa necessidade de estar sempre certos começa a causar sérios desentendimentos em nossos relacionamentos. Todos nós pensamos que sabemos o melhor caminho e não precisamos estabelecer entendimentos, e geralmente estamos mais preocupados em ser corretos do que, misericordiosamente, deixar passar um erro sem fazer comentários maliciosos.

Há um custo não tão oculto por estar sempre certo: isso nos torna solitários. Você pode ser a pessoa mais certa do mundo, mas ainda assim se sentir como Shakespeare, em seu Soneto 29: “Sozinho, lamento meu banimento.” Um sabe-tudo é uma pessoa difícil de ser amiga; ninguém quer sair com uma pessoa que nunca estabelece acordos e entendimentos comuns. Uma pessoa que nunca perdoará um erro sem uma rendição total por parte da outra pessoa não está destinada a ser muito popular. Estudos mostram, por exemplo, que quanto mais propensos a reter o perdão, maior a probabilidade de sentirmos uma solidão crescente à medida que envelhecemos.

O desejo de estar certo a qualquer custo é um enorme impedimento para estar disposto a oferecer o perdão. Psicólogos que trabalham com pacientes para superar a vergonha, a culpa e a solidão dizem que envolver-se no processo de perdão é vital para o processo de cura. Exceto em casos abusivos, parece que a maioria de nossas brigas é sobre assuntos que não são tão significativos. Isso quer dizer que, para muitos de nós, é hora de abandonar a necessidade de provar cada detalhe, entrar em acordo e demonstrar aos outros um pouco de piedade.

É hora de admitir que existem outras qualidades na vida que talvez sejam mais importantes do que estar certo. Quando estou ouvindo confissões de paroquianos, percebo que muitas vezes eles têm dificuldade em perdoar por causa de um sentimento de ter sido injustiçado. Eles não podem deixar passar e não acham que outros merecem perdão. Também é comum, na minha experiência, que as pessoas desanimem porque querem desesperadamente ter razão, mas sabem que muitas vezes escolhem fazer o que é errado. Por causa disso, têm dificuldade em perdoar a si mesmas.

Talvez seja bom perguntar a si mesmo: eu tenho necessidade de estar sempre certo(a)?

Se a resposta for “Sim”, é hora de perceber que o custo de estar sempre certo não vale a pena. Às vezes, as pessoas estão erradas; elas nem sempre precisam ser corrigidas. Às vezes, as pessoas te magoaram e podem nem perceber; vá em frente e perdoe. Talvez você esteja desanimado(a) porque errou; permita-se o perdão e faça melhor amanhã. Perder o privilégio de estar sempre certo vale a pena. Isso contribui para ter um dia menos estressante, ter amizades mais saudáveis ​​e viver a alegria de não ter que se sentar para julgar os outros.

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