Ele foi decisivo para a conversão do reino e teve até um filho também santoConsiderando que a santidade consiste simplesmente em participar da Vida de Deus, mantendo-se em estado de graça e em união feliz com Ele, então ela está ao alcance de qualquer pessoa disposta a isso, independentemente do seu estado de vida. Isto vale também para poderosos como nobres e reis – e não faltam casos que comprovam que o poder e o dinheiro podem, sim, ser bem empregados em prol do povo e administrados sem corromperem a alma do governante.
Reis e santos de várias épocas
Um dos monarcas santos mais famosos da história da Igreja é São Luis IX, rei da França entre 1226 e 1270. Modelo de pai, ele escreveu uma poderosa carta a seu filho com trechos como “Minha primeira instrução é que você deve amar o Senhor Deus com todo o coração e toda a força“, bem como “Seja bondoso com os pobres, com os desafortunados e os aflitos: dê a eles o máximo de ajuda e consolo que puder“. Outro exemplo é o rei inglês Santo Eduardo, o Confessor, nascido no ano 1003 e reconhecido como fervoroso espiritualmente, muito afável com as pessoas e grande defensor da paz; além disso, ele é padroeiro dos separados e dos casamentos difíceis. O alemão Santo Henrique II, por sua vez, é o único imperador em toda a história a ter sido declarado santo pela Igreja: neto de Carlos Magno, ele comandou o Sacro Império Romano Germânico de 1014 até 1024. Não canonizado, mas reconhecido como devoto de Nossa Senhora, o rei Alfonso IX, de Leão e Galícia, na atual Espanha, protagoniza no século XII o interessante episódio dos “dois pratos da balança”, que você pode ler aqui. Bem mais recente e com sua causa de canonização em andamento, o imperador Carlos, o último da Áustria, também era admirado como um grande homem de família, marido leal à esposa, Zita, e pai cuidadoso de 8 filhos.
Santo Estêvão da Hungria
Mas o rei de quem falaremos hoje é o santo do dia neste 16 de agosto: Santo Estêvão da Hungria.
Nascido no final do século X, filho do príncipe Geza e da rainha Sarolta, foi aluno de Santo Adalberto e recebeu educação cristã depois que sua família se converteu ao cristianismo, num cenário em que o povo ainda estava acostumado a adorar vários deuses. Casou-se com a beata Gisela da Baviera, irmã do imperador do Sacro Império Romano Germânico, Santo Henrique II, e, quando seu pai morreu, sucedeu-o no trono e pediu a ajuda do Papa Silvestre II para que o Ocidente reconhecesse o seu reinado. O Papa enviou então Santo Anastácio, discípulo de Santo Adalberto, para coroar o novo rei, que, na sequência, se inspirou na fé e nos valores cristãos para organizar a vida política do seu povo.
Além de construir igrejas e mosteiros, o rei Estêvão manteve como colaboradores de confiança os monges beneditinos, de cuja ordem vieram os primeiros bispos do novo reino.
Santo Estêvão e seu filho Santo Américo defenderam corajosamente os húngaros do ataque de Conrado II. No ano seguinte a essas batalhas ferozes, Américo morreu.
O monarca partiu desta vida em 15 de agosto de 1038, após ter conseguido com seu testemunho que muita gente do reino se convertesse. Canonizado pelo Papa São Gregório VII em 1083, é celebrado liturgicamente em 16 de agosto.