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Qual é a diferença entre um Sínodo e um Concílio?

SYNOD2018
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Philip Kosloski - publicado em 08/10/19
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Sínodo e Concílios fazem parte da Igreja Católica desde o início, mas têm muitas diferençasNos Atos dos Apóstolos, uma das primeiras questões que a Igreja teve de enfrentar foi a admissão de convertidos à fé cristã (cf. Atos 15). Havia opiniões diferentes sobre se os convertidos precisavam obedecer à lei de Moisés e ser circuncidados antes de se tornarem cristãos.

Os primeiros bispos da Igreja reuniram-se em Jerusalém para discutir o assunto. Uma decisão final foi tomada após muito debate e, como resultado, os convertidos gentios não precisavam mais ser circuncidados ou seguir vários aspectos da lei de Moisés.

Desde então, essa reunião de bispos foi chamada de “Concílio de Jerusalém” e foi vista como um protótipo para todas as reuniões de bispos em que as decisões tinham que ser tomadas para o benefício da Igreja. O último desses concílios foi o Concílio Vaticano II, realizado na década de 1960.

Mas, ao longo dos séculos, desenvolveram-se dois tipos distintos de reuniões de líderes da Igreja: os concílios e os sínodos.

Concílio

De acordo com a Catholic Encyclopedia, “os concílios são assembleias legalmente convocadas de dignitários eclesiásticos e especialistas em teologia com o objetivo de discutir e regular assuntos de doutrina e disciplina da Igreja”.

Em particular, “Concílios Ecumênicos são aqueles aos quais os bispos e outros com direito a voto são convocados de todo o mundo (oikoumene) sob a presidência do Papa ou de seus legados, e cujos decretos, tendo recebido a confirmação papal, vinculam todos os cristãos.”

Houve aproximadamente 21 concílios ecumênicos na história da Igreja. Esses concílios não são realizados regularmente e são convocados apenas quando há uma grande necessidade.

Um exemplo é o Primeiro Concílio de Nicéia (325), onde o Credo Niceno foi adotado pela primeira vez, esclarecendo a crença da Igreja sobre a natureza de Jesus Cristo. O Credo Niceno é a profissão de fé que ainda rezamos todos os domingos na missa.

Mais recentemente, o Concílio Vaticano II (1962-1965) foi convocado para discutir o mundo moderno e os muitos novos desafios que a Igreja teve que enfrentar.

Os resultados dessas reuniões são vinculativos e amplos, resolvendo questões que beneficiam a Igreja Católica.

Sínodo

Na história da Igreja, os sínodos eram normalmente realizados localmente, em várias regiões do mundo, para lidar com questões disciplinares locais. O Papa Paulo VI reviveu essa ideia e estabeleceu o Sínodo dos Bispos em 1965 com o Motu Proprio Apostolica Sollicitudo.

O atual Código de Direito Canônico detalha o propósito desse pequeno grupo de bispos que se reúne para discutir vários tópicos.

O Sínodo dos Bispos é a assembleia dos Bispos escolhidos das diversas regiões do mundo, que em tempos estabelecidos se reúnem para fo- mentarem o estreitamento da união entre o Romano Pontífice e os Bispos, para prestarem a ajuda ao mesmo Romano Pontífice com os seus conselhos em ordem a preservar e consolidar a incolumidade e o incremento da fé e dos costumes, a observância da disciplina eclesiástica, e bem assim ponderar as questões atinentes à acção da Igreja no mundo.

Além disso, “compete ao Sínodo dos Bispos discutir acerca dos assuntos a tratar e expressar os seus desejos; não porém dirimi-los ou fazer decretos acerca dos mesmos, a não ser que, em certos casos, lhe tenha sido dado poder deliberativo pelo Romano Pontífice, a quem neste caso pertence ratificar as decisões sinodais”.

Os bispos podem se reunir para discutir questões que envolvem a Igreja Católica ou “para se ocupar de assuntos diretamente concernentes a uma ou mais regiões determinadas”.

Houve muitas assembleias sinodais durante o papado de João Paulo II, como a realizada em 1994 sobre “A vida consagrada e seu papel na Igreja e no mundo”. O Papa Bento XVI também realizou sínodos, incluindo um sobre “A Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja.”

Desde João Paulo II, também houve vários sínodos com foco em regiões locais do mundo, como América (1997), Europa (1999) e África (2009).

Em cada situação, o grupo de bispos discutiu assuntos específicos e fez sugestões sobre como a Igreja poderia abordar vários problemas. No entanto, na maioria dos casos, as soluções foram focadas principalmente em novas abordagens, em vez de em leis vinculativas.

O Sínodo se reúne em diferentes tipos de Assembleia: em uma Assembléia Geral Ordinária, para assuntos relativos ao bem da Igreja universal; em uma Assembléia Geral Extraordinária, para assuntos de consideração urgente; em uma Assembléia Especial, para assuntos que envolvam principalmente uma ou mais regiões geográficas específicas.