“Meu jovem, Deus te fala agora que não precisa da sua fé para Ele existir”William Rocha resume assim a sua opinião sobre Deus na adolescência:
“Quando eu era novo criei uma mentalidade de que Deus não existia, nem anjos, santos e vida após a morte. Nada! Acreditava que a vida era apenas esta e pronto”.
As coisas mudaram para o jovem ateu de vida dissoluta quando ele foi convidado por uma tia a visitar a comunidade católica Shalom durante uma Missa pelos enfermos, presidida pelo pe. Antonio Furtado. Inspirado pela tia, William fechou os olhos e fez um desafio:
“Deus, ou quem chamam de Deus, prova que você existe. Se eu não ver, eu não vou acreditar”.
Sem saber, ele tinha feito uma oração. Abriu os olhos e observava em tom jocoso as pessoas em oração, cantando, de braços erguidos e orando em línguas.
A surpresa veio no final da adoração, quando uma ministra de oração proclamou que, naquela assembleia, existia um jovem que não acreditava em Deus. Ele estava do lado esquerdo, no final do espaço, ao lado da capela.
“Meu jovem, Deus te fala agora que não precisa da sua fé para Ele existir”.
Era uma noite de 2007, no Centro de Evangelização Shalom da Paz, em Fortaleza, CE.
Aquela proclamação questionou o jovem, que estava na localização dita pela ministra de oração. Pouco tempo depois, o padre que conduzia o Santíssimo Sacramento aproximou-se dele, traçou o sinal da cruz e tocou com a mão em seu ombro.
“Naquele momento, eu senti algo diferente. Logo me lembrei do tempo de infância no colégio católico que estudei”.
Terminada a Missa, o estudante começou a racionalizar e minimizar a experiência que tinha tido. Uma semana depois, a tia voltou a convidá-lo para a Missa. Ele foi – e ouviu, durante a adoração ao Santíssimo, a seguinte proclamação:
“Tem um jovem aqui, no meio, perto da imagem de Nossa Senhora, que antes de vir para cá disse para alguém que não acreditava em Nossa Senhora, em sua pureza e virgindade. Mas, meu filho, ela é Virgem, sim”.
William foi novamente tomado de emoção, ainda mais quando o padre, de novo, se aproximou com o Santíssimo e o tocou. Acabada a Missa, em sua mente marcada pela lógica e dúvida, William questionou aquela experiência. Foi quando decidiu ir pela terceira quinta-feira àquela Missa, mas agora sem falar nada para ninguém. Sentou-se atrás de uma árvore, como que escondido em meio à multidão de quase cinco mil pessoas.
No final da adoração ao Santíssimo, um encontro inexplicável.
“O padre, que já havia passado por onde eu estava, de repente retornou sem tocar em ninguém até chegar exatamente onde eu estava, afastando as cadeiras. Nesse momento, eu estava acocorado atrás da árvore. O padre veio e rezou em mim. Naquela Missa, eu acreditei que aquele pão era Jesus Cristo”.
Após aquela experiência marcante, William se engajou num grupo de oração da comunidade católica Shalom e trilhou um caminho de crescimento espiritual. Em 2011, fez o Vocacional Shalom e, no ano seguinte, partiu para Maceió como missionário. Em 2013 retornou a Fortaleza como postulante de segundo ano na Comunidade de Aliança. Hoje, o mestre em estudos da tradução está de malas prontas para a Suécia, onde fundará uma missão da comunidade junto com outros dois jovens: Cenildo da Costa Filho, de Curitiba, e Luis Gonzaga de Lima, de Santo Amaro, SP.
Ex-ateu em missão católica num dos países mais descrentes do planeta
O jovem que já foi teimosamente ateu está sendo levado pela Divina Providência justamente a um dos países mais ateus do mundo: 85% da população sueca se diz não crente, contra apenas 2% que se declaram católicos.
“A minha expectativa é altíssima. Não vejo a hora de chegar lá e viver essa experiência missionária. Sei que vamos ter muitas dificuldades com a língua, o clima frio, os poucos fiéis na Igreja Católica. Mas mais me alegra saber que vamos cultivar amizades, conhecer pessoas e fazer parte da vida delas”.
William viaja para a Suécia em janeiro de 2020.
“Nossa missão será em Estocolmo, mas, enquanto não vamos para lá, viveremos na cidade de Uppsala para aprender a língua sueca e estudar nas áreas de religião e cultura, além de conhecer as pessoas e passar por um período de inculturação”.
Foi o cardeal Arbielius, arcebispo de Estocolmo, quem solicitou o envio de missionários ao fundador e moderador geral da Comunidade Shalom, Moysés Azevedo. A conversa iniciada na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) da Polônia se formalizou em 2017, quando o cardeal enviou uma carta ao fundador do Shalom.
William Rocha, o jovem que já foi ateu e que será missionário em uma das sociedades mais ateias do mundo, finaliza:
“Já havia sido consultado para ir em missão para a Austrália, mas não deu certo. Quando surgiu a possibilidade de abrir esta missão na Suécia, o assistente internacional da comunidade, pe. Cristiano Pinheiro, me consultou e eu enviei uma carta. O pedido foi aceito e agora, em janeiro, parto em missão”.
Que Deus abençoe a missão de William, Cenildo e Luiz e ilumine o coração das pessoas a quem eles levarão o testemunho de Cristo.
A pesquisa “Ateísmo: Taxas e Padrões Contemporâneos“, do sociólogo norte-americano Phil Zuckerman, é a fonte usada para apontar a Suécia como o país de maior porcentagem de ateus no total da sua população (85%). Outras pesquisas, no entanto, adotam conceitos mais genéricos, como “população não-religiosa”, e, desta perspectiva, a China passa para o primeiro lugar, seguida pelo Japão. Há também fontes que colocam a Coreia do Norte em primeiro lugar, desconsiderando o fato determinante de que a população é obrigada pelo regime ditatorial local a professar oficialmente o ateísmo.
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A partir de matéria da Comunidade Católica Shalom
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