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Estão abertas as causas de beatificação do pe. Léo e do jovem Marcelo Câmara

Pe. Leo e Marcelo Câmara
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Aleteia Brasil - publicado em 09/03/20
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Os dois processos foram oficializados na arquidiocese de Florianópolis neste fim de semanaForam oficialmente abertos neste fim de semana os processos de beatificação do pe. Léo Tarcísio Gonçalves e do jovem leigo Marcelo Henrique Câmara, ambos com os tribunais arquidiocesanos instalados na Arquidiocese de Florianópolis, SC. A causa do pe. Léo foi aberta no sábado, 7, em São João Batista, cidade da região metropolitana da capital catarinense onde está sediada a Comunidade Bethânia, fundada pelo sacerdote. A de Marcelo Câmara foi aberta no domingo, 8, no Santuário Sagrado Coração de Jesus, norte da ilha de Florianópolis.

A Congregação vaticana para as Causas dos Santos havia concedido ainda no ano passado o assim chamado “nihil obstat” (nada obsta, em latim), documento com que a Santa Sé avaliza que não há obstáculos para a abertura das causas em questão. Já durante este processo, os fiéis podem prestar a eles um culto particular, mediante orações e pedidos de intercessão. O delegado arquidiocesano para as duas causas será o pe. Tarcísio Pedro Vieira, vigário judicial do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano e de Apelação de Florianópolis.

O padre Léo

Fundador da Comunidade Bethânia e muito reconhecido pelas suas pregações, o padre Léo era um sacerdote brasileiro que reunia multidões por onde passava e que, após uma trajetória de sofrimento e superação, partiu desta vida em 2007, aos 45 anos, vítima de infecção generalizada em decorrência de um câncer.

No mesmo ano da sua morte, já começaram os depoimentos a respeito da sua santidade. Após a missa de corpo presente, monsenhor Jonas Abib, que presidira a cerimônia, declarou que o padre tinha sido um “diamante lapidado”. Desde então, a Comunidade Bethânia passou a receber pedidos de oração e graças pela intercessão do pe. Léo. O atual presidente da comunidade, pe. Vicente de Paula Neto, comenta:

“Como quem faz o santo é o povo, passamos a olhar com mais atenção”.

Em 2017, o processo de beatificação foi autorizado pelo arcebispo de Florianópolis, dom Wilson Tadeu Jönk. O responsável pela causa, no Brasil, é o pe. Lúcio Tardivo, presidente do Instituto Padre Léo.

A iniciativa de juntar objetos do sacerdote pensando no seu futuro processo de beatificação foi especialmente motivada pela irmã Célia Cadorim, uma das postuladoras da causa de beatificação e canonização da Santa Madre Paulina, também no Estado catarinense. Veio dela a sugestão de recolher tudo o que fosse possível do pe. Léo porque, durante o processo, tudo o que o candidato aos altares fez, disse e escreveu é alvo de minuciosa investigação.

Outro fato importante que levou a comunidade a ver o processo de beatificação como um caminho sem volta foi o relato de uma graça alcançada pela família de uma menina acometida de septicemia: ela teve uma parada respiratória de cerca de 45 minutos e, logo depois, ficou inexplicavelmente curada. A família atribuiu a cura à intercessão do sacerdote. O pe. Vicente comentou:

“Os pedidos de oração e de graças e o retorno de graças alcançadas só aumentaram desde então. Sem contar a força de conversão e vida espiritual em torno das pregações e do legado deixado pelo pe. Léo”.

Com a abertura oficial do processo de beatificação na sede da Comunidade Bethânia em São João Batista, SC, sob a responsabilidade do arcebispo de Florianópolis, dom Wilson, um tribunal histórico-teológico avaliará a vida do sacerdote para confirmar as suas virtudes heroicas e, posteriormente, analisará os milagres atribuídos à sua intercessão para que ele possa ser proclamado beato. O pe. Léo já foi declarado Servo de Deus, em etapa prévia à beatificação.

Ele deixou 27 livros escritos e muitas horas gravadas de pregações voltadas à cura interior, já que realizava grande parte do seu ministério sacerdotal através de programas na TV Canção Nova.

Marcelo Câmara

Marcelo Henrique Câmara nasceu em Florianópolis no dia 26 de junho de 1979. Depois de uma experiência profunda de Deus em um retiro espiritual do Movimento de Emaús, ele passou a viver as coisas simples do cotidiano a partir de uma consciente visão espiritual, com gratidão pelas alegrias e com aceitação perseverante das dificuldades e desafios, dando grande testemunho de fé e amor a Deus, especialmente junto aos jovens. Membro do Opus Dei, ele mantinha ativa participação na paróquia do Sagrado Coração de Jesus.

Formado em Direito, Marcelo foi professor titular no Instituto de Ensino Superior (IES) e professor substituto na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), além de ter chegado a ser promotor de Justiça em Santa Catarina. Ele exerceu este cargo com reconhecida ética e profissionalismo, durante um ano, depois de ter estudado com esmero apesar da doença contra a qual já estava lutando bravamente: a leucemia, que, no entanto, acabaria roubando a sua vida aos 28 anos de idade, em 20 de março de 2008.

Sua biografia, “No Caminho da Santidade: a vida de Marcelo Câmara, um Promotor de Justiça“, relata como Marcelo procurou se identificar com o sofrimento redentor de Cristo na vivência serena do desafio do câncer, com o qual conviveu durante quatro anos.

O site marcelocamara.org.br reúne mais informações sobre a vida e o testemunho de Marcelo.


Albertina Berkenbrock
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