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A pandemia de coronavírus e a onda de solidariedade

coronavírus

Bilhete deixado por moradora de um condomínio, que se ofereceu para ajudar os vizinhos idosos.

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Ricardo Sanches - publicado em 23/03/20
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Por que a preocupação com o próximo se torna mais evidente em épocas de crise? Nós já comentamos aqui na Aleteia que a redescoberta do convívio familiar harmonioso dentro de casa é, talvez, um bom legado da pandemia de coronavírus (se é que se pode falar em algo bom neste momento). Porém há que se destacar também que a Covid-19 despertou uma onda enorme de solidariedade em todo o mundo. 

Nos condomínios residenciais, pessoas se oferecem para fazer compras para os vizinhos idosos (que não devem sair de casa, pois pertecem ao grupo de pessoas que têm maior risco de contágio). 

Pelo Instagram, profissionais de várias áreas – principalmente do segmento da saúde – se dispuseram a fazer lives (transmissões de vídeo ao vivo) para falar sobre riscos da doença e formas de prevenção, além de dar dicas sobre o que fazer durante a quarentena e como enfrentar com segurança e saúde este momento. 

Até artistas transmitem shows particulares de dentro de suas casas para fazer com que os fãs não saiam das suas residências e tenham, dessa forma, instantes de lazer e diversão em meio a esse momento tenso, incerto e angustiante. 

De olho na iminência de uma crise econômica provocada pelo coronavírus, empresários e especialistas em finanças, marketing e planejamento empresarial também oferecem mentorias gratuitas e on-line. Querem dividir suas experiências e contribuir para fortalecer pessoas e instituições atingidas pelos drásticos efeitos da pandemia. 

De acordo com uma pesquisa feita pela Rede Brasil do Pacto Global, iniciativa de sustentabilidade corporativa da Organização das Nações Unidas (ONU), 10% dos entrevistados estão desenvolvendo medidas para conter ou limitar o avanço da Covid-19, como a doação de equipamentos ou insumos a hospitais. 

Grandes companhias digitais também adotaram medidas para tentar minimizar os impactos do coronavírus na rotina de trabalho e na dinâmica dos negócios. O Google, por exemplo, está dando acesso gratuito a ferramentas que otimizam o trabalho em home office. A IBM está fornecendo tecnologia gratuita que vai dar suporte e rapidez de análise no processo de desenvolvimento de medicamentos contra o coronavírus. De forma semelhante, o Facebook liberou gratuitamente para governos e serviços de emergência sua ferramenta de comunicação chamada Workplace. Através dela, o usuário pode fazer chamadas em vídeo em grupos, além de compartilhar documentos e mensagens instantâneas de forma mais ágil e segura entre membros de equipes. 

Mas por que a virtude da solidariedade é mais evidente em épocas de crise? 

Não há dúvida de que a solidariedade é fator determinante nas dinâmicas sociais. Ninguém é uma ilha; todos precisamos do próximo e das instituições para viver em sociedade. 

O fato é que em períodos de crise, como quando acontecem grandes desastres naturais e epidemias, os gestos de solidariedade para com as vítimas se tornam mais evidentes. 

Nestes momentos, a dor do outro fala mais alto e se torna a nossa dor. É o despertar da compaixão, da misericórdia e dos ensinamentos de Cristo que nos levam a agir pelo outro.

Mais do que isso: é a fé que desperta esse gigante que carregamos dentro de nós. Em visita à América Latina em 2015, o Papa Francisco falou justamente sobre isso: 

“A fé nos torna próximos, nos faz próximos da vida dos outros. Aproxima-nos da vida dos outros. A fé desperta o nosso compromisso e desperta a nossa solidariedade.”

Portanto, que a nossa fé esteja sempre desperta, assim como a virtude da solidariedade tão exortada por Jesus e reforçada pelo Catecismo da Igreja Católica:

“Os problemas sócio-económicos só podem ser resolvidos com a ajuda de todas as formas de solidariedade: solidariedade dos pobres entre si, dos ricos com os pobres, dos trabalhadores entre si, dos empresários e empregados na empresa; solidariedade entre as nações e entre os povos. A solidariedade internacional é uma exigência de ordem moral. Dela depende, em parte, a paz do mundo” (Catecismo da Igreja Católica, 1941)

Que sempre encontremos tempo para fazer o bem. Que o outro seja sempre importante e que as dores do mundo nos faça agir não só em épocas de crise.

E lembre-se: ficar em casa neste momento é um simples, belo e mandatório gesto de solidariedade.


UCHODŹCY
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