Os cristãos de hoje não são os primeiros a desejarem receber os sacramentos e não ser possível. Aprisionamento, enfermidades e outras situações impediram alguns santos de viver a vida sacramentalPor causa da pandemia do coronavírus, tudo ao nosso redor parou. Para muitos católicos surge a dúvida de como levar uma vida de santidade sem poder contar com a ajuda dos sacramentos neste tempo de isolamento.
Para a missionária da Comunidade Católica Shalom e mestre em teologia, Josefa Alves, é possível ter uma vida de santidade na situação atual. Uma dica é não se limitar a noção de tempo e espaço que conhecemos, pois como afirma Josefa “a graça de Deus não tem limites. Nós também somos templos do Espírito Santo, Deus nos habita”.
A fé, devoção, desejo, reta intenção e amor a Deus compõem os meios necessários para obter as graças dos sacramentos e continuar a jornada para o encontro com Cristo. “Por exemplo, na Eucaristia a comunhão espiritual é real. Quem tem a consciência e a fé ao comungar, recebe dentro de si a força de uma bomba atômica em graças, por receber Deus”. Josefa também explica que quem comunga fisicamente, sem os mesmos desejos de quem é chamado a receber o sacramento de forma espiritual, corre o risco de não ter o efeito daquele sacramento realizado na alma.
Santos que desejaram receber a Eucaristia
Os cristãos de hoje não são os primeiros a desejarem receber os sacramentos e não ser possível. Enfermidades, aprisionamento e tantas outras situações foram enfrentadas por alguns santos reconhecidos pela Igreja no desejo de viverem a vida sacramental, e o fruto desse “sofrimento” gerou muitas graças para eles e para a Igreja.
Josefa nos relata a história de três santos conhecidos. Santa Teresinha pela sua enfermidade ficou mais de um mês sem receber a Eucaristia, pois como tinha tuberculose poderia vomitar sangue e, assim, a própria comunhão. Também São João da Cruz que, preso por mais de nove meses, ficou sem receber nenhum sacramento e sem poder também celebrar a Eucaristia. “Ali no cárcere, São João da Cruz escreveu seus cânticos espirituais. Dentro da alma, ele não estava só. Importante ter essa consciência de que não estamos sós, o Senhor vem e faz morada e se une a nós”, explica Josefa.
Outra história de uma santa que pela enfermidade não podia receber a comunhão é Santa Gema Galgani. Por desejar muito receber a Eucaristia, quem trazia para ela a comunhão era seu anjo da guarda. Josefa reforça que são histórias reais vividas por homens e mulheres comuns que se tornaram santos, ela lembra que mesmo não podendo tocar fisicamente, não significa que o Senhor não está conosco, por isso é possível viver a santidade nesse tempo.
(Via Comunidade Shalom)
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