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O irmão médico de S. João Paulo II morreu aos 26 anos, infectado por tratar doente

Edmund Wojtyła

Edmund Wojtyła, irmão do Papa São João Paulo II

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Reportagem local - publicado em 18/05/20
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Ele sabia muito bem dos riscos, mas, como o Bom Samaritano, priorizou o socorro ao próximo que precisava deleSão João Paulo II teve uma infância cercada de muito amor familiar – mas também de sofrimentos que precisaram ser encarados cedo e com grande bravura.

Sua mãe, Emilia, tinha uma saúde frágil, que se tornou ainda mais delicada após o nascimento do futuro Papa. A própria gravidez já havia sido muito difícil, a ponto, aliás, de que os médicos lhe indicassem o aborto. Ela fez questão de lutar pelo filho e protegê-lo. Emilia aceitou com firmeza o custo dessa opção pela vida: passou os 9 anos seguintes entre internações e o progressivo enfraquecimento que acabou por levá-la embora desta vida. O pequeno Karol Wojtyła tinha apenas 9 anos quando ficou órfão de mãe.

Três anos depois, outro luto comoveria os Wojtyła: a trágica morte de Edmund, o irmão maior a quem Karol tanto amava e admirava.

Edmund, o irmão maior

Edmund era médico, formado em 1930 pela Universidade Jaguelônica, de Cracóvia. Em 1931, ele começou a trabalhar no Hospital Estatal de Bielsko.

Pouco depois, eclodiu na região uma epidemia de escarlatina, doença infectocontagiosa aguda, provocada por uma bactéria e contra a qual, na época, não existia vacina.

Apesar dos riscos para a sua própria saúde, dos quais era bem consciente, o jovem doutor continuou atendendo os pacientes com esmero, e, como o Bom Samaritano, priorizou o socorro ao próximo que precisava dele. Os riscos se tornaram realidade e Edmund contraiu a infecção. O único irmão do futuro Papa São João Paulo II foi arrancado deste mundo e da carreira promissora na medicina com apenas 26 anos, em 1932.

Edmund Wojtyła é uma figura excepcional a ser lembrada neste período de particular heroísmo de tantos médicos e profissionais da saúde que comprometem a própria vida para cuidar dos enfermos de covid-19.

Muitos anos mais tarde, o Papa João Paulo II contaria que a morte do irmão foi um choque profundo, tanto pelas circunstâncias dramáticas em que aconteceu quanto porque ele próprio, Karol, já tinha muito mais consciência da morte do que quando tinha perdido a mãe, na infância.

A memória de Karol Wojtyła gravaria para sempre o exemplo do irmão, “mártir do dever”: era Edmund quem mais o encorajava nos estudos; tinha sido Edmund quem o ensinou a jogar bola; era Edmund, junto com o pai, quem cuidava do caçula depois da morte da mãe.

Aos 21 anos, Karol ainda perderia o último membro da família: seu amado pai, também Karol, de quem herdara muito mais que o nome. Foi o pai quem lhe testemunhou a bravura de enfrentar a vida e a morte com fé, esperança, amor e coragem.

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