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Moçambique: Irmãs de São José descrevem ataque jihadista “forte e cruel”

ACN
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Fundação AIS - publicado em 14/06/20
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As irmãs, sabendo “do risco” que corriam, pois a região estava já sobressaltada pela ameaça dos grupos armados que reivindicam pertencer ao Daesh, abandonaram a missão dias antesÉ a primeira vez que as irmãs Carmelitas Teresas de São José descrevem o mais recente ataque de grupos terroristas em Macomia, que ocorreu no final de Maio. Segundo a descrição da irmã Blanca Nubia Castaño, “o ataque”, que começou na madrugada de 28 de Maio, “foi forte, cruel e durou três dias”.

As irmãs, sabendo “do risco” que corriam, pois a região estava já sobressaltada pela ameaça dos grupos armados que reivindicam pertencer ao Daesh, abandonaram a missão dias antes.

Só na passada quinta-feira, dia 4 de Junho, “apesar de os riscos não terem passado totalmente”, as irmãs decidiram regressar a Macomia para ver a dimensão dos estragos causados pelos terroristas.

Nas palavras da irmã Castaño, a destruição foi brutal. “Como resultado desta barbárie, temos a zona urbana totalmente destruída, a maioria das infraestructuras do Estado danificadas e a zona comercial reduzida a cinzas.”

Além da destruição material, importa apurar o número de vítimas. Mas essa contabilidade ainda está por fazer. “Ainda não sabemos o número de vítimas civis e nem das forças [de segurança]. Só ontem, [dia3 de Junho], as pessoas começaram a voltar lentamente para as suas casas, algumas foram queimadas, outras saqueadas… Lembrem-se que há apenas um ano que vivemos a destruição da passagem do ciclone Keneth…”

A missão das irmãs Carmelitas Teresas de São José foi poupada, mas, ao que parece, segundo a irmã, apenas por estar situada relativamente fora da zona atacada pelos terroristas. “A nossa missão salvou-se por estar na parte alta, ao lado de uma base militar. Apesar de os riscos não terem passado totalmente, hoje [dia 4 de Junho] decidimos ir visitar, encorajar e ajudar pelo menos os nossos trabalhadores e as suas famílias. Por questões de segurança, tivemos que voltar hoje mesmo para a outra missão onde estamos refugiadas.”

A Irmã Blanca Castaño refere ainda, na mensagem que colocou nas redes sociais, o sentimento de indignação perante o cenário de destruição a que ficou reduzida a zona. As irmãs estão presentes em Macomia há 16 anos, desenvolvendo um trabalho notável na área educacional. “Desde há dois anos e meio”, escreve ainda a religiosa, a região de Macomia, como aliás toda a província de Cabo Delgado, tem vindo a ser “aterrorizada” por ataques cruéis por parte de grupos armados jihadistas.

“Dói-nos a alma pelo atropelamento aos nossos irmãos, ficamos indignadas com a injustiça, ficamos tristes com a incerteza e sentimo-nos impotentes. Só nos resta esperar e confiar no Deus da Vida”, escreve ainda a irmã Castaño.

(Departamento de Informação da Fundação AIS)