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O escapulário: o que é, como surgiu e como nos ajuda para a salvação eterna

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Reportagem local - publicado em 29/07/20
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“Todo aquele que com ele morrer, não padecerá a perdição no fogo eterno. Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto sempiterno”

Descrição física

O escapulário consiste em dois pedaços de pano marrom, unidos entre si por um cordão. Um pedaço de pano traz a estampa de Nossa Senhora do Carmo e o outro a do Sagrado Coração de Jesus, ou o emblema da Ordem do Carmo. É uma miniatura do hábito carmelita; por isso mesmo, é uma veste.

Nome

A palavra latina “scàpula” significa ombro. O objeto de devoção acabou ficando popularmente conhecido como “escapulário” porque é colocado sobre os ombros. O escapulário também é conhecido como “bentinho do Carmo”.

Significado

Para os religiosos carmelitas, é símbolo de consagração religiosa na Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Para os fiéis leigos, para o povo, é símbolo de devoção e afeto para com a mesma Senhora do Carmo. O escapulário é, em suma, um sinal externo de devoção mariana e de consagração pessoal à Santíssima Virgem Maria. É um sacramental, ou seja, um sinal sagrado, segundo o modelo dos sacramentos, por meio do qual se simbolizam efeitos espirituais obtidos pela intercessão da Igreja (cf. SC 60). O escapulário deve ser abençoado e colocado no fiel por um sacerdote, conforme o rito da imposição do escapulário.

Muitas pessoas usam o escapulário como um “amuleto”, algo “mágico” que “dá sorte”, que livra de “mau olhado” ou coisa semelhante. Ou simplesmente por modismo. Esses mesmos desvios acontecem com o uso de cruzes, medalhas, terços… O verdadeiro sentido de se usarem objetos de devoção deve brotar da consciência e do coração daquele que os usa, conhecendo o seu verdadeiro significado e escolhendo livremente sinalizar algo que existe em seu íntimo, em sua fé, em seus propósitos e em sua conversão.

História

No século XI, um grupo de homens dispostos a seguir Jesus Cristo se reuniu no Monte Carmelo, na Terra Santa. Lá construíram uma capela em honra de Nossa Senhora. O local já era considerado sagrado desde tempos imemoriais (cf. Is 33,9; 35,2; Mq 7,14) e se tornara célebre pelas ações do profeta Elias (1 Rs 18). A palavra “carmelo” quer dizer jardim ou pomar. Nasciam ali os carmelitas, ou a Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.

Tempos depois, expulsos dos Monte Carmelo pelos muçulmanos, os carmelitas se mudaram para a Europa, onde passaram por grandes dificuldades. Os frades carmelitas encontravam forte resistência de outras ordens religiosas para a sua inserção. Eram hostilizados e até satirizados por sua maneira de se vestir.

O superior geral da ordem era São Simão Stock, homem de fé e grande devoto de Nossa Senhora. No dia 16 de julho de 1251, quando rezava em seu convento de Cambridge, na Inglaterra, São Simão pediu a Nossa Senhora um sinal de sua proteção que fosse visível também para os seus adversários. Teve então a visão em que Nossa Senhora lhe entrega o escapulário, com a promessa:

“Recebe, filho amado, este escapulário. Todo o que com ele morrer, não padecerá a perdição no fogo eterno. Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto sempiterno”.

O escapulário era o avental usado pelos monges durante o trabalho para não sujar a túnica. Colocado sobre as escápulas (ombros), é uma peça do hábito que ainda hoje todo carmelita usa. Estabeleceu-se também o escapulário reduzido para ser dado aos fiéis leigos, após a visão de São Simão Stock. Dessa forma, quem o usasse poderia participar da espiritualidade do Carmelo e das grandes graças que a ele estão ligadas: entre outras, o privilégio sabatino (veja logo abaixo).

Confirmação pelos Papas

Em sua bula chamada “Sabatina”, o Papa João XXII afirma que aqueles que usarem o escapulário serão depressa libertados das penas do purgatório no sábado que se seguir à sua morte. Esta graça ficou conhecida como “privilégio sabatino”. As vantagens do privilégio sabatino foram ainda confirmadas pela Sagrada Congregação das Indulgências, em 14 de julho de 1908.

O Papa Bento XIII, em 1726, estendeu a toda a Igreja a celebração da festa de Nossa Senhora do Carmo, que a ordem já celebrava desde 1332, no 16 de julho de cada ano.

O Papa Pio XII declarou, em 6 de agosto de 1950: “A devoção do escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais”.

O Papa Paulo VI também afirmou: “Para a Igreja, entre as formas de devoção mariana, está o uso piedoso do Escapulário do Carmo, pela sua simplicidade e adaptação a qualquer mentalidade”.

Em 28 de janeiro de 1964, o mesmo Papa Paulo VI concedeu ainda que todos os sacerdotes católicos podem impor o Escapulário, o que até então era um privilégio dos padres carmelitas e de outros sacerdotes autorizados pela Santa Sé. Nisto se mostra o desejo da Santa Igreja de que todos tenham a possibilidade de revestir-se de um escapulário abençoado e colocado por um sacerdote (rito da imposição do escapulário).

São João Paulo II, que usava o escapulário desde a juventude, escreveu: “O escapulário é sinal de aliança entre Maria e os fiéis. Traduz concretamente a entrega, na cruz, de Maria ao discípulo João” (cf. Jo 19, 25-27).

Compromissos

Quem se reveste deste sinal mariano deve adotar algumas atitudes fundamentais:

  • Colocar Deus em primeiro lugar na sua vida e buscar sempre realizar a vontade d’Ele.
  • Escutar a Palavra de Deus na Bíblia e praticá-la na vida.
  • Buscar a comunhão com Deus por meio da oração, que é um diálogo íntimo que temos com Aquele que nos ama.
  • Abrir-se ao sofrimento do próximo, solidarizando-se com ele em suas necessidades, procurando solucioná-las.
  • Participar com frequência dos sacramentos da Igreja, da Eucaristia e da confissão, para poder aprofundar o mistério de Cristo em sua vida.

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A partir dos sites da Basílica do Carmo de Campinas e da Canção Nova


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