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O Papa que escalou o 2.º pico mais alto da Europa

Pope Pius XI
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I. Media - publicado em 31/07/20
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Alguns pontífices eram fascinados pelas montanhas e se retiravam em regiões montanhosas para buscar crescimento espiritualVários papas encararam o esporte com um olhar benevolente e até apaixonado. Em muitas ocasiões, enxergavam nele um meio de evangelização.

Alguns pontífices eram fascinados pelas montanhas, e cada um se retirava para lá por suas próprias razões. João Paulo II fez longas caminhadas, Paulo VI encontrou uma simplicidade de vida e Pio XI – um alpinista experiente – estava procurando por crescimento pessoal.

Pio XI

Em 1890, quando o alpinismo tinha acabado de se tornar uma atividade esportiva já não mais reservada aos habitantes das regiões montanhosas, Ambrogio Damiano Achille Ratti (o futuro Papa Pio XI, 1857-1939) alcançou o cume do Mont Blanc, a segunda montanha mais alta da Europa. A subida durou dois dias. Durante a descida, ele abriu uma nova passagem para o cume do Mont Blanc.

Montanhista experiente, realizou inúmeras expedições nas montanhas, incluindo uma das primeiras travessias do maciço do Monte Rosa (a segunda montanha mais alta dos Alpes, depois do Mont Blanc, localizado entre a Suíça e a Itália) na encosta de Macugnaga (na Itália), em 1889 .

A importância que ele deu a esse esporte pode ser vista na carta Quod sancti, de 20 de agosto de 1923, dirigida ao Bispo de Annecy, em homenagem a São Bernardo de Menton, que foi proclamado naquela ocasião o santo padroeiro dos montanhistas:

“Entre todos os exercícios do esporte honesto, nada mais do que este – quando se evita a imprudência – pode ser considerado benéfico para a saúde da alma e do corpo. Embora com muito trabalho e esforço para subir onde o ar é mais refinado e puro e a força é renovada e revigorada, também acontece que, enfrentando dificuldades de todos os tipos, ficamos mais fortes para enfrentar os deveres da vida, mesmo os mais exigentes. Contemplando a imensidão e a beleza dos espetáculos que se abrem diante de nossos olhos dos picos sublimes dos Alpes, nossa alma se eleva facilmente a Deus, autor e Senhor da natureza.”

João Paulo II

Esse grande valor dado à contemplação e à busca de ar puro foi compartilhado por João Paulo II, que nunca parou de visitar as montanhas ao longo de seu pontificado, uma atividade que ele havia iniciado muito antes. Tadeusz Styczen, um de seus amigos íntimos, conta que quando estavam esquiando na Polônia, o então arcebispo Wojtyla preferia subir as encostas a pé, com os esquis no ombro, para permanecer em total silêncio e meditação.

Para ele as montanhas também representavam “uma escola de elevação espiritual”, nas palavras do bispo de Ventimiglia e Sanremo, Alberto Maria Careggio. Apaixonado por montanhismo, esse bispo foi o primeiro organizador das férias de verão do Papa em Vale de Aosta.

Segundo ele, tudo começou durante uma viagem pastoral do Papa polonês ao Vale de Aosta, de 6 a 7 de setembro de 1986, como parte das comemorações do bicentenário da primeira escalada do Mont Blanc. Naquela ocasião, o Papa teve seu primeiro contato com o vale e, do alto da geleira de Brenva, a uma altitude de 3.550 metros, pôde admirar o imponente Mont Blanc.

A partir dessa data, o Vale de Aosta se tornou o destino favorito de João Paulo II. Ele voltou para lá umas boas dez vezes entre 1989 e 2004, período em que não hesitou, quando sua saúde o permitia, vestir seus esquis e descer as encostas dos resorts italianos.

Paulo VI

Antes de se tornar Papa, Paulo VI gostava muito de ir às montanhas suíças de Engelberg. Diz-se que o ambiente que ele encontrava lá o aliviava das tensões psicológicas inerentes às suas grandes responsabilidades dentro da Igreja. Sua sobrinha, Chiara Montini Matricardi, que o acompanhava, testemunhou a atmosfera maravilhosa lá.

Bento XVI

Bento XVI também era fascinado pelas montanhas. Além de buscar uma atmosfera propícia à leitura e ao estudo, o pontífice alemão fazia longas caminhadas todos os dias. Em 2010, ele disse a uma delegação de esquiadores profissionais: “As montanhas nos fazem sentir pequenos, nos restauram à nossa verdadeira dimensão de criaturas, nos tornam capazes de nos perguntar sobre o significado da criação, de levantar os olhos para cima, de nos abrirmos para o Criador.”


POPE PIUS X
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