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As cidades preferidas pelos papas para as férias de verão

ANAGNI
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Zelda Caldwell - publicado em 26/08/20
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Muitos papas optaram por escapar do calor de Roma e descansar nos arredores da Cidade Eterna; Papa Francisco quebrou a tradição O verão é, por excelência, a temporada de viagens. E viajar durante o verão tem sido uma prática arraigada por muitos papas ao longo dos séculos. De Anagni a Castel Gandolfo, os papas deixaram uma marca profunda nos lugares que escolheram como suas residências de verão.

A cidade de Anagni, que fica em uma colina a 70 quilômetros de Roma, foi fundada na época do Império Romano e desenvolvida principalmente durante a Idade Média. Este foi o lugar que muitos imperadores escolheram para passar o verão e escapar do calor de Roma. Anagni ficou conhecida também como a “cidade dos papas” devido ao fato de quatro papas (Inocêncio III, Alexandre IV, Gregório IX e Bonifácio VIII) terem optado por passar parte de seus verões no local.

ANAGNI

LPLT|Wikipedia|CC BY-SA 3.0

Anagni ficou conhecida como a "cidade dos papas".

Hoje, a influência de papas e grandes figuras da Igreja Católica pode ser encontrada na arquitetura de Anagni e em sua culinária. O “palácio papal”, também conhecido como “palácio de Bonifácio VIII”, que serviu de refúgio para o papa, está aberto aos visitantes e abriga um museu homônimo. Um prato típico local feito de carnes de órgãos, galinha, cogumelos, vinho branco, vinho Marsala, sal, pimenta e caldo é chamado de “timballo di Bonifacio VIII”. O “pão papal”, típico do local, é feito de amêndoas, avelãs, pinhões, pimentões, canela, noz-moscada, laranja cristalizada, chocolate, mel e passas.

ANAGNI CATHEDRAL

LPLT|Wikipedia|CC BY-SA 3.0

Catedral de Anagni.

Castel Gandolfo

Com vista para o lago Alban, a cidade de Castel Gandolfo é provavelmente a mais famosa das residências papais de verão. Durante séculos, os papas deixavam Roma durante os dias mais quentes do ano para passar um tempo no palácio apostólico. O primeiro papa a escolher Castel Gandolfo como destino de verão foi Urbano VIII que, após sua eleição em 1623, ordenou a construção de uma residência próxima ao local das ruínas de uma villa que pertencera ao imperador Domicianius. O primeiro Papa que realmente se hospedou na residência foi Alexandre VII.

Durante séculos, diferentes papas fizeram alterações e restauraram a estrutura original construída por Urbano VIII. No século 18, Bento XIV encomendou novas decorações, enquanto Clemente XIV ampliou os jardins. Nos séculos 18 e 19, os papas Pio VII e Pio VIII ordenaram obras de restauração após os danos das tropas napoleônicas. Foi então usada como residência de verão pelo Papa Gregório XVI e Pio IX até que, em 1870, foi declarada como parte do nascente estado italiano. Foi apenas em 1929, com a criação do Estado do Vaticano, que a propriedade foi devolvida ao Vaticano, tornando-se mais uma vez o local das residências de verão dos papas.

Castel Gandolfo

H. Raab | Wikimedia | CC BY-SA 4.0

Castel Gandolfo foi a residência de verão de muitos papas.

O Papa Francisco quebrou a tradição de passar o verão na residência papal em Gandolfo, transformando a centenária residência em um museu aberto ao público. Em 2014, ele abriu os jardins para a visitação do público. E em outubro de 2016, vinte salas foram abertas para visitação pela primeira vez, incluindo um estúdio, uma biblioteca e uma capela. Como o Dr. Sandro Barbaglio, curador da seção histórica do Museu do Vaticano, explicou à CNN, a decisão poderá ser revertida por futuros papas. “É uma decisão permanente até que o pontífice queira que continue assim”, disse Barbaglio. Isso significa que um futuro papa pode decidir retomar a residência, tornando-a privada novamente.

Por enquanto, qualquer pessoa pode entrar na “residência de verão dos papas” simplesmente reservando um bilhete (10 euros) através do site dos Museus do Vaticano.

CASTEL GANDOLFO

George McFinnigan|Wikipedia|CC BY-SA 3.0

Vista a partir do Castel Gandolfo.



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