“Meu tio-avô foi despedaçado com um machado, em Baena, Córdoba, pelo fato de ser sacerdote”, contou o deputado, mostrando seu crucifixoMortos só por serem católicos: o deputado Francisco José Contreras, da Espanha, virou assunto em seu país pela forma como questionou a parcialidade ideológica do atual governo em relação à Guerra Civil Espanhola (1936 a 1939).
Na manhã deste 2 de dezembro, Contreras questionou os 11 milhões de euros destinados a “políticas de memória democrática”. Ele afirmou que tais “memórias” são ideologicamente enviesadas para reforçar a narrativa dos republicanos contra os nacionalistas, omitindo as atrocidades que aquele lado também perpetrou.
De fato, bandos revolucionários republicanos espanhóis são acusadas de, durante a Guerra Civil, terem perseguido, torturado e assassinado milhares de católicos pelo simples fato de serem católicos. Eles vitimaram desde fiéis leigos até bispos, passando por sacerdotes, religiosos e freiras. Entre os inúmeros casos documentados, por exemplo, está o do assim chamado “mártir da castidade”, sobre quem falamos neste artigo:
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Mortos só por serem católicos
O deputado denunciou que as assim chamadas “políticas de memória democrática”, defendidas pelo atual governo de esquerda na Espanha, não enxergam as vítimas da Guerra Civil como vítimas espanholas, mas sim como vítimas de um lado ou de outro do espectro ideológico, enfatizando a divisão e forçando uma narrativa tendenciosa.
Durante seu pronunciamento, Contreras elevou um crucifixo que pertenceu ao seu tio-avô, padre que sofreu o martírio e está prestes a ser beatificado. Em sua fala, que pode ser conferida no vídeo embutido logo abaixo, Francisco José Contreras afirma:
“Na semana passada, foi anunciada a beatificação de 127 novos mártires da Guerra Civil. Um deles era meu tio-avô, Rafael Contreras Leva. Ele foi despedaçado com um machado, em Baena, Córdoba, pelo fato de ser sacerdote. Aliás, este é o crucifixo que ele estava usando na hora de ser assassinado. É o crucifixo que ele trazia ao peito quando lhe deram as machadadas.
Tanto ele quanto os 80 reféns que estavam presos com ele foram mortos pelo que eram, não pelo que tinham feito. Eles não tinham feito nada, eram mortos por serem de direita, por serem católicos, etc. Assim como, por exemplo, o bispo de Barbastro, Florentino Ascensio: cortaram os testículos dele e o deixaram agonizar atrozmente durante horas. Isto são apenas gotas de água num oceano de 60 mil mortes”.
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