Francisco: “Há propostas ideológicas que pretendem salvar um povo e acabam por destruir a humanidade”Papa alerta sobre Holocausto: é uma tragédia que “pode voltar a acontecer”, já que continuam existindo “propostas ideológicas que pretendem salvar um povo e acabam por destruir a humanidade”.
As palavras de Francisco se contextualizam no Dia Internacional de Recordação do Holocausto, que recai neste 27 de janeiro. A data, estabelecida pela Assembleia Geral da ONU, evoca a libertação dos prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, em 1945. Nesse dia, são recordadas todas as vítimas do genocídio perpetrado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial: a grande maioria foram judeus, num massacre que ficou conhecido como Shoah, mas também houve outros grupos-alvo em menor escala, incluindo, por exemplo, ciganos, homossexuais, religiosos católicos e prisioneiros soviéticos e poloneses.
Entre as vítimas católicas, são emblemáticos os casos do sacerdote São Maximiliano Kolbe, que se ofereceu para trocar de lugar com um pai de família a fim de salvá-lo da morte, e da judia convertida ao catolicismo Edith Stein, que se tornou religiosa carmelita e foi canonizada com o nome religioso de Santa Teresa Benedita da Cruz. Menos conhecida, mas brutalmente chocante, é a história do martírio do Beato Piotr Edward (Pedro Eduardo) Dankowski, sacerdote católico que foi praticamente crucificado no campo de concentração em plena Sexta-Feira Santa (confira sua história acessando o artigo sugerido ao final desta matéria).
Papa alerta sobre Holocausto: “Pode voltar a acontecer”
Na Audiência Geral desta quarta-feira, 27, o Papa declarou:
“Hoje, aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, celebramos o Dia da Memória. Recordamos as vítimas do Holocausto e todas as pessoas perseguidas e deportadas pelo regime nazista. Recordar é expressão de humanidade. Recordar é sinal de civilização. Recordar é condição para um futuro melhor de paz e fraternidade.
Recordar também significa estarmos atentos, pois estas coisas podem voltar a acontecer, começando por propostas ideológicas que pretendem salvar um povo e acabam por destruir um povo e a humanidade. Fiquem atentos à forma como começou este caminho de morte, de extermínio, de brutalidade”.
O campo de concentração de Auschwitz, atualmente um museu, se situa a 70 quilômetros de Cracóvia, no sul da Polônia, e se divide entre as instalações de Auschwitz I e Auschwitz-Birkenau.
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