Os consultores familiares da Aleteia respondem à pergunta de uma leitora
Pergunta
Meu esposo muitas vezes passa por delírios de ciúme, com crises explosivas, humilhando-me com horríveis desqualificações e insultos, porque “imagina” que cometo infidelidades. Ele fica o tempo todo reclamando disso injustamente. E me diz que, se tem ciúme de mim, é porque me ama muito, mas sei muito bem que isso não é verdade. Ele me vigia constantemente, sem perceber que, para mim, tudo isso é um ultraje. Às vezes, sinto vontade de ir embora de casa ou realmente ser infiel, como se ele estivesse me contagiando com suas frustrações e amarguras. Não sei o que fazer.
Resposta
Quem tem ciúme não sabe amar, é inseguro e desconfiado. O esposo que está seguro do carinho da sua esposa, não sentirá ciúme. Certamente, o ciúme tem sua base no afeto, mas se trata de um afeto que tem suas raízes na insegurança, pois o que se tem realmente é medo de perder o carinho da outra pessoa.
A pessoa ciumenta tem baixa autoestima; costuma se comparar e sair perdendo nesta comparação: acha que não ganha o suficiente, que não é bonito… Sempre encontra um motivo pelo qual “imagina” não ter valor e, por isso, pode ser trocado por outra pessoa.
Quando o ciúme se transforma em crises explosivas, em fria hostilidade ou agressividade descontrolada, a vítima precisa procurar instituições especializadas que, em primeira instância, procuram dar alívio e proteção a ela, sobretudo se há filhos pequenos.
Também é possível convidar o marido ciumento a receber ajuda profissional, para que reconheça seu problema e que desperte nele a vontade de ser curado, para recuperar a paz familiar e conjugal.
Um exemplo de recurso terapêutico, entre outros, é conseguir que o paciente expresse seus conflitos e sentimentos de maneira que dirija sua hostilidade a tarefas e objetos substitutos, ao mesmo tempo em que é ajudado a identificar as causas do problema para incorporar novas estratégias de autocontrole.
A própria identificação da origem do problema o ajudará a curar a doença do ciúme. Quando se demonstra a ele a presença de uma doença mental determinada, o cônjuge ciumento precisa se dirigir ao especialista no caso, mediante terapia e prescrição de remédios.
Não se trata somente de ver o custo do esforço em resolver o problema, mas de ver também os grandes benefícios a favor da relação de casal e de toda a família, ao adquirir a paz e a alegria dadas pelas virtudes. Isso faz todo esforço valer a pena.
Não podemos nos esquecer de que Deus acompanha nesta luta, dando suas graças a quem, agindo com retidão em suas intenções, se esforça por superar suas adversidades pessoais.
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