Cidadãos reagem: “Se a emergência obriga a restrições para salvar vidas, deve obrigar a todos, não apenas alguns”México libera marchas feministas na pandemia, mas restringe Missas na Quaresma: a “exemplo” do ocorrido na Espanha governada pelo socialista Pedro Sánchez, também o governo socialista mexicano de Andrés Manuel López Obrador demonstra seus dois pesos e duas medidas na hora de restringir ou afrouxar políticas conforme os beneficiados sejam ou não alinhados à sua ideologia.
Enquanto mantém limitações ao culto católico por conta da crise sanitária mundial, o país contraditoriamente autorizou as marchas feministas que estavam programadas para o dia 8 de março, porque, segundo as declarações de López Obrador em entrevista coletiva de 3 de março, “aqui é proibido proibir: os direitos de manifestação e expressão estão garantidos”.
Faltou explicar que isto vale para alguns, mas não para todos.
A maior parte do México está limitando a quantidade de fiéis que podem participar da Missa, além de restringir procissões e outras liturgias tradicionais da Quaresma e da Semana Santa, como a Via Crúcis.
López Obrador, no entanto, alegou garantias à “liberdade absoluta e completa” para autorizar as “manifestações pacíficas” da militância feminista, muito embora ele mesmo tenha admitido que, “da última vez, lançaram bombas”. A “última vez” em questão se refere a marchas recentes organizadas por esse mesmo tipo de militância agressiva, durante as quais uma parte dos e das ativistas agrediu outras pessoas e vandalizou estabelecimentos comerciais e monumentos públicos.
A violência que alega “repudiar a violência”
Em novembro de 2020, por exemplo, grupos feministas na Cidade do México picharam áreas externas da catedral localizada na Praça da Constituição, também conhecida como Zócalo. Além disso, arremessaram objetos contra os policiais que protegiam a igreja dos atos de vandalismo. O mais hipócrita: a violência era perpetrada em nome do combate à violência (!), já que a marcha acontecia no contexto do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, uma criação da ONU para o dia 25 de novembro.
Covardemente encapuzadas, como é típico de vândalos e arruaceiros, as feministas envolvidas neste episódio também atacaram um grupo de católicos que estava reunido diante da catedral para rezar e defender o templo dos previsíveis ataques. Outros atos violentos do mesmo tipo haviam sido realizados por grupos feministas nas cidades de Puebla e Xalapa. As pichações que as vândalas fizeram nas igrejas locais incluíam frases contraditórias como “Deus é misógino” e “Deus é mulher”.
Grave situação da pandemia no México
O México já acumula quase 200 mil mortes por covid-19, o que faz do país o terceiro do mundo com a maior quantidade de óbitos, atrás somente dos Estados Unidos (com mais de 530 mil mortos) e do Brasil (com mais de 260 mil).
A taxa de mortes por milhão de habitantes no México é de 1470, ainda mais alta do que a brasileira: o Brasil apresenta hoje um índice de 1248 mortos por milhão de habitantes em plena pior fase de toda a pandemia. Estes números estão atualizados em 9 de março e provêm do portal Worldometers.info.
México libera marchas feministas na pandemia, mas restringe Missas na Quaresma
Diante de tais números, naturalmente não faltaram questionamentos à postura incoerente do governo socialista mexicano em adotar restrições para a religião e fechar os olhos para as aglomerações agressivas de uma militância ideologicamente alinhada à sua agenda.
Luis Losada, diretor da plataforma CitizenGO na América Latina, foi uma das vozes que se levantaram. Em declarações à agência católica ACI Prensa, ele questionou:
“Por que a ‘liberdade absoluta’ é assimétrica? Por que não há ‘liberdade absoluta’ para participar de cultos religiosos, mas há para participar de eventos feministas? Como explicar esta assimetria a muitos proprietários de restaurantes falidos e fechados? A liberdade de expressão é um direito fundamental. Mas a liberdade religiosa e a liberdade de empresa também são direitos fundamentais. Se uma emergência de saúde obriga a restringi-los para evitar a expansão da pandemia e salvar vidas, obrigará a todos, não apenas a alguns. Esta assimetria, além de irritante, é imoral e ilegal. E, além disso, é irresponsável: quantas vidas se perderam por causa da má administração de uma crise por parte de um governo que pensou que o vírus lhe caía ‘como uma luva’?”.
Losada foi enfático ao afirmar que não faz sentido “pedir que as feministas não sejam violentas” nas manifestações:
“Elas acreditam na violência como vetor político. Já vimos isso em Quintana Roo, Puebla e Michoacán. Para as feministas, a sua agenda é quase a sua religião. Elas jamais a abandonarão. Jamais se contentarão em quebrar alguns vidros. Elas querem o aborto sem limites. E, claro, financiado com o esforço fiscal de todos os cidadãos. Elas nunca vão parar até conseguir o que querem”.
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