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Não é lícito nem sábio tentar abolir a Santa Missa

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Vanderlei de Lima - publicado em 09/03/21
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A Santa Missa é vital. Ela é o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que ele instituiu para perpetuar pelos séculosA pretexto de combater a atual pandemia, algumas autoridades têm – em atos que demonstram viés ditatorial e perseguidor da religião – tentado impedir o culto religioso, incluindo a Santa Missa. Este artigo demonstra que tais atos não são lícitos nem sábios. Merecem resistência dentro da lei e da ordem.

De início, notemos que a religião “é tão antiga quanto o homem, pois se manifesta desde a pré-história até hoje” (Dom Estêvão Bettencourt, OSB. O fenômeno religioso: sim ou não? Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, s/d, p. 12-13). Sim, se para o ser humano “não existem valores transcendentais que respondam às aspirações congênitas de todo homem, a presente realidade é vazia e frustrativa: o homem se torna um absurdo, perdido em meio às coisas passageiras que o cercam. E o homem absurdo seria uma exceção no conjunto do universo, visto que este reflete ordem e harmonia – expressões de uma inteligência Suprema” (idem, p. 13).

Quem tenta, de modo ditatorial, suprimir a religião ou sufocar essa característica básica do ser humano demonstra desconhecer a natureza humana em sua essência, uma vez que está fartamente comprovado pela Etnologia (área da Antropologia que estuda os hábitos culturais de diferentes povos com base nos dados obtidos) que todos os povos até hoje conhecidos têm fé e, portanto, cultivam uma religião (cf. Dom Estevão Bettencourt, OSB. Teologia fundamental. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 2013, p. 54-58). Ora, uma das principais características da religião é o culto sagrado. Este leva o homem e a mulher a se exprimirem, de modo filialmente dependente, diante de Deus por meio da oração pessoal ou comunitária. Ela, embora brote sempre do mais íntimo do ser humano, exprime-se também no físico (ajoelhar, erguer os braços, inclinar a cabeça etc.) e no social (em local apropriado, geralmente em um templo, com trajes típicos etc.). 

Daí, se entender porque a Santa Missa é vital. Ela “é o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que ele instituiu para perpetuar pelos séculos, até seu retorno, o sacrifício da cruz, confiando assim à sua Igreja o memorial de sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, no qual se recebe Cristo, a alma é coberta de graça e é dado o penhor da vida eterna” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica n. 271). Mais: a Santa Missa “é fonte e ápice da vida cristã. Na Eucaristia, atingem o seu clímax a ação santificante de Deus para conosco e o nosso culto para com ele. Ela encerra todo o bem espiritual da Igreja: o mesmo Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são expressas e realizadas pela Eucaristia. Mediante a celebração eucarística, já nos unimos à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna” (idem, n. 274).

Eis porque não é lícito nem sábio tentar abolir a Santa Missa. Não é lícito, pois o ser humano é, por natureza, religioso. Disso decorre seu direito natural (do seu próprio ser), moral (firmado no 1º e no 3º Mandamentos da Lei de Deus) e legal (Constituição Federal, Art. 5º, VI) de prestar culto a Deus. Se alguma norma positiva humana tentasse, alguma vez, impedir tal culto, caberia não obedecê-la, mas a ela resistir. É o recurso à objeção de consciência, pois, em situações como estas, é preciso obedecer antes a Deus que aos homens (cf. At 5,29). Entende-se por objeção de consciência qualquer tipo de resistência à autoridade pública por motivos íntimos, ou seja, quando o cidadão julga, de modo bem fundamentado, que as determinações da autoridade são injustas e, por isso, não merecem a obediência, mas, sim, oposição. Também não é sábio tentar abolir a Santa Missa, pois a autoridade política que assim agisse poderia cometer um suicídio eleitoral.  Sim, não se pode tentar matar o Senhor, dado que “na cova de Deus, só há lugar para o cadáver do homem” (O fenômeno religioso: sim ou não?, p. 23).

Não nos esqueçamos de que “de Deus não se zomba” (Gl 6,7). E: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre!” (cf. Hb 13,8) que, pode repetir, no século XXI, aos seus opositores empedernidos: “Ai de vós” (cf. Mt 23,27-32).

Pensemos nisso!


CENTENARY.MASS,ORIENTAL.POPE FRANCIS
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