Por meio dessa breve análise, podemos constatar que os questionamentos de alguns incrédulos mostram-se insustentáveisPublicamos anteriormente um artigo elencando alguns pontos pelos quais, por meio da luz natural da razão, o ser humano pode encontrar Deus (cf. Como encontrar Deus a partir da razão humana, publicado em Aleteia em 10/03/2021). Neste artigo, pretendemos responder a alguns questionamentos comumente feitos por incrédulos.
Há quem advogue que cada religião apresenta Deus de uma forma, e isso seria indício de sua inexistência. Pode-se dizer ainda que, até dentro de uma mesma religião, os seus membros apresentam Deus de modo distinto. Ora, como poderia um mesmo ser, que realmente existe, ser tão multiforme, inclusive, por vezes, assumindo formas contraditórias? O contraponto que fazemos é o seguinte: o não conhecermos determinado ser ou fato por completo invalida sua existência? Obviamente que não. Expliquemos que não por meio de um exemplo.
Ninguém questiona que os objetos soltados aleatoriamente caem ao chão. Esse fato, desde a Grécia Antiga, intriga o homem e é estudado. Aristóteles, um filósofo clássico, vai tentar explicar essa realidade por meio de duas teorias: a teoria do lugar natural e a teoria dos quatro elementos. Ele vai postular que todo corpo sensível está, por natureza, em algum lugar, e há um lugar próprio para cada corpo no ambiente. Vai afirmar ainda que todos os corpos terrestres são constituídos pelos “quatro elementos”: terra, ar, água e fogo. Desse modo, um corpo seria leve ou pesado segundo a porcentagem de cada elemento que o constitui. Uma rocha, por possuir mais elemento de terra, tende a cair, pois chão é o lugar dos objetos que têm mais terra em sua composição; de modo similar, a fumaça, por possuir maior porcentagem do elemento ar, tende a subir, pois o céu é o lugar dos objetos que possuem mais do elemento ar em sua composição. O matemático e físico do século XVII Isaac Newton vai colocar abaixo essa teoria, propondo em seu lugar a lei da gravidade. De forma maestral, ele vai explicar que se dois corpos possuem massa, ambos estão submetidos a uma força de atração mútua proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa seus centros de gravidade.
A teoria newtoniana da gravidade pareceu-nos muito adequada até o século XX pré-física moderna. Entretanto, o advento da física moderna em meados do século XX, é colocado em xeque o pressuposto usado por Isaac Newton de que tempo e espaço são absolutos. Por meio de sua teoria da relatividade, o físico Albert Einstein vai dizer que tempo e espaço não são absolutos, e, sim, relativos e que a única no universo que não é relativa é a velocidade da luz. Desse modo a teoria da gravidade newtoniana fica incompleta em explicar o fenômeno da queda dos corpos. Mas a coisa não para por aí: há quem advogue hoje que também há velocidades maiores que a da luz sendo, inclusive, propondo experimentos em que se consegue alcançar velocidades maiores que a velocidade da luz. Desta forma, em pleno século XXI não temos uma explicação cabal do porquê os objetos caem. Ora, a grande pergunta que fazemos é: pelo fato de não sabermos explicar perfeitamente porque os objetos caem, essa realidade deixa de existir? Claramente que não. De modo similar, o fato de nosso entendimento sobre Deus não ser completo não nos prova que Ele não existe.
Um segundo ponto de questionamento sobre a existência de Deus é o de que muitas pessoas defendem seus próprios interesses ou têm comportamentos no mínimo questionáveis referindo que agem em nome de Deus. Desse modo, não seria Deus apenas uma invenção para que muitos alcancem seus próprios interesses? Mais uma vez, os fatos vêm esclarecer que essa afirmação não se sustenta. Muitas foram as situações, na humanidade, em que práticas más e antiéticas foram conduzidas sob o pretexto de que eram para o avanço da ciência. Lembremo-nos da clássica e vergonhosa experiência de Tusksgee. Este foi um experimento médico realizado pelo Serviço Público de Saúde dos Estados Unidos em Tuskegee, no Alabama, entre 1932 e 1972, em que pessoas infectadas pela sífilis foram estudadas para se verificar como a doença evoluía no corpo humano. Mesmo quando elas poderiam ser curadas, com a descoberta da Penicilina, essas pessoas foram mantidas sob observação para o “progresso da ciência”. E os exemplos não se esgotam por aí; lembremos dos experimentos nazistas nos campos de concentração e do vergonhoso uso da energia atômica por meio das bombas atômicas. A despeito disso, a ciência não é desacreditada como uma mentira. De modo semelhante, não há como não crer em Deus porque alguns crentes têm condutas ruins alegando que agem em nome de Deus.
Por meio dessa breve análise, podemos constatar que os questionamentos de alguns incrédulos mostram-se insustentáveis, reforçando o que dissemos outrora: Deus pode ser encontrado a qualquer tempo e em qualquer lugar, inclusive por meio da luz natural da razão.
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