Ele argumenta que é possível realizar os ritos centrais da fé católica sem comprometer o combate à pandemia de covid-19 no BrasilCelebrações presenciais de Semana Santa são mesmo “inviáveis” por causa da pandemia de covid-19?
Um sacerdote brasileiro de Mato Grosso resolveu explicar pessoalmente ao governador do Estado, Mauro Mendes, que, mantendo-se todos os cuidados sanitários, é possível realizar os ritos centrais da fé católica sem comprometer o combate ao coronavírus no Brasil.
A iniciativa foi do pe. Evandro Balena, da paróquia Nossa Senhora da Guia, em Cuiabá. Segundo o site Araguaia Notícia, o sacerdote apresentou ao governador de Mato Grosso as preocupações dos fiéis católicos em relação à Semana Santa, considerando-se a vigência do atual decreto estadual que impõe toque de recolher às 21h e limita o funcionamento das igrejas ao período das 5h às 19h de segunda a sexta-feira e das 5h às 12h aos sábados e domingos.
O pe. Evandro declarou:
“A gente se pergunta como é que podemos deixar Deus de escanteio nessa hora. Então precisamos esclarecer. Tanto o governador como os assessores são bons cristãos, mas não necessariamente conhecem o rito da Igreja e os porquês de cada coisa. Tomei a iniciativa de vir pessoalmente explicar para o governador o rito da Igreja, da Semana Santa”.
Ele destacou a necessidade de realizar algumas celebrações deste período litúrgico à noite:
“Principalmente na Quinta-Feira Santa, por exemplo, a Missa ‘In Coena Domini‘, que é a Missa da Ceia do Senhor, não pode ser celebrada de dia: só pode ser celebrada depois do pôr-do-sol. A grande celebração da Ressurreição é no sábado à noite: é a vigília das vigílias, que costumamos falar. Então ela também não pode ser celebrada de dia; precisa ser celebrada só depois do pôr do sol”.
Celebrações presenciais de Semana Santa
O que o sacerdote propõe é que o horário de funcionamento das igrejas, nestes casos específicos, seja permitido até às 22h, respeitando-se os protocolos sanitários.
Ele enfatizou, aliás, que as igrejas católicas estão cumprindo todas as medidas de segurança “com bastante rigor”, mencionando como exemplo a redução de 50% dos espaços nos bancos, o distanciamento físico entre os fiéis durante as cerimônias, o uso de álcool em gel e a aferição da da temperatura corporal das pessoas na entrada da igreja, além da permanente campanha de comunicação sobre esses cuidados, que tornam as igrejas locais tão ou mais seguros que outros estabelecimentos abertos ao público.
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