separateurCreated with Sketch.

França perde um edifício cristão e ganha uma mesquita a cada 15 dias

Cruz resiste a incêndio na catedral de Notre Dame de Paris
whatsappfacebooktwitter-xemailnative
Francisco Vêneto - publicado em 07/05/21
whatsappfacebooktwitter-xemailnative
Ataques a locais de culto católicos no país se multiplicaram por 5 em uma década

A França perde um edifício cristão e ganha uma mesquita a cada 15 dias, segundo declarações de Edouard de Lamaze, presidente do Observatório do Patrimônio Religioso de Paris.

Além disso, uma média superior a dois monumentos cristãos por dia sofre algum tipo de vandalismo no país: um terço dos casos é de profanação e dois terços envolvem roubo.

Lamaze recorda o histórico incêndio de 2019 na Catedral de Notre-Dame, em Paris, para denunciar deficiências graves no sistema de preservação de monumentos religiosos na França, além de denunciar que a crescente hostilidade contra a religião piora um panorama já difícil.

No tocante à média de um edifício religioso perdido a cada duas semanas, ele enumera eventos diversos como transformação para usos não religiosos do espaço, demolição, desabamentos e incêndios, especificando que 66% desses incêndios são criminosos e que, em sua maior parte, os edifícios em questão são católicos.

Por outro lado, Lamaze observa que o país vive uma fase de expansão das mesquitas:

A França registrou oficialmente 877 ataques a locais de culto católicos em 2018, o ano mais recente cujos dados estão consolidados. Lamaze citou esses números para compará-los com os de 2008, quando as igrejas vandalizadas em todo o país tinham sido 129. A partir disto, ele observa:

Segundo matéria do site Gaudium Press, o presidente do Observatório do Patrimônio Religioso de Paris denuncia também que cerca de cinco mil edifícios católicos podem vir a desaparecer nos próximos anos na França, em grande medida por causa da crescente hostilidade à religião e da negligência das autoridades no tocante à sua preservação.

A propósito das autoridades civis, Lamaze recorda que a legislação vigente desde 1905, sobre a separação entre Igreja e Estado, dispõe que os proprietários dos edifícios religiosos na França são os municípios. Ele pontua, no entanto, que tais edifícios "nunca receberam trabalhos de restauração ou medidas de proteção contra roubos e incêndios".