"A chave da consagração mariana é São José". Isso foi o que eu disse ao Padre Michael Gaitley anos atrás, quando ele deu início a uma renovação mundial na consagração mariana com seu grande livro 33 Days to Morning Glory ("33 Dias para a Glória da Manhã"). Não tive tempo de explicar a ele o que quis dizer. Agora eu faço.
O livro dá quatro exemplos de santos mestres da consagração mariana. Vamos comparar cada um com São José.
Diz São Luís: “Esta devoção consiste em nos entregarmos inteiramente a Nossa Senhora, para pertencermos inteiramente a Jesus por meio dela”.
Quem é o modelo definitivo de doação a Maria por Jesus? José, o esposo de Maria. Seu casamento com Maria satisfez as necessidades e expectativas de sua vida como carpinteiro de Nazaré. Mas o verdadeiro propósito de seu casamento era trazer Cristo ao mundo - e pregar o Evangelho por meio de seu nome.
É o mesmo para cada um de nós: doar-se a Nossa Senhora deve revelar o propósito da nossa vida, Jesus.
“A criatura mais completamente cheia de amor, cheia do próprio Deus, foi a Imaculada”, escreveu São Maximiliano Kolbe. “Unidos ao Espírito Santo como sua esposa, ela é una com Deus de uma forma incomparavelmente mais perfeita do que qualquer outra criatura”.
Quem foi o primeiro a conhecer Maria como "esposa do Espírito Santo?" São José, a quem o anjo disse: “o que nela foi concebido é do Espírito Santo”.
Por meio de Maria, José sem dúvida recebeu uma porção generosa do Espírito Santo. Isabel foi cheia do Espírito Santo apenas por ouvir sua saudação, quando os apóstolos receberam o Espírito Santo eles estavam em sua presença, e ainda hoje, diz o Catecismo: "Na oração, o Espírito Santo une-nos à pessoa do Filho Único, na sua humanidade glorificada. É por ela e nela que a nossa oração filial comunga, na Igreja, com a Mãe de Jesus".
Por viver na presença de Maria, José deve ter se aproximado do Espírito Santo.
O Padre Gaitley aponta que as alianças são uma troca de pessoas, não apenas votos. Em sua consagração, Madre Teresa diz que “trocamos corações” com Maria.
“Empreste-me o seu coração”, ora Madre Teresa, e “Mantenha-me no seu mais puro coração”.
Quem trocou corações com Maria primeiro? Seu esposo, José. Então, se “trocamos corações” com ela, é apenas uma imitação do que ele fez.
O lema papal de João Paulo II era uma versão de Totus tuus ego sum ("sou todo teu"), dedicando, assim, seu trabalho como Papa a Maria. O que ele recebeu em troca? Um papado incrivelmente rico, uma vida de oração frutífera e proteção quando um assassino tentou matá-lo na Praça São Pedro no aniversário da aparição de Nossa Senhora em Fátima.
De quem isso te lembra? José foi o primeiro a confiar-se a Maria, o primeiro a “acolhê-la em sua casa”, o primeiro a dedicar a ela o trabalho de sua vida e o primeiro a fugir da violência com ela ao seu lado.