China prende bispo, sete padres e treze seminaristas católicos fiéis à comunhão com Roma na prefeitura apostólica de Xinxiang, que não é reconhecida pelo governo comunista chinês. Para a ditadura chinesa, as atividades do bispo dom Zhang Weizhu e dos outros católicos presos são "ilegais" e "criminosas".
O ato abertamente persecutório do governo comunista contra a religião católica foi perpetrado nesta sexta-feira, 21 de maio, quando cerca de 100 policiais cercaram uma fábrica em cujas instalações funcionava um seminário diocesano. A fábrica foi fechada e seu dono também foi preso.
Após a detenção, os seminaristas foram mandados para casa, proibidos de continuar estudando teologia católica. Seus pertences, assim como os dos sacerdotes também presos, foram confiscados. A prisão do bispo dom Zhang foi efetuada no sábado, 22, conforme informações da agência Asia News. O prelado de 63 anos já tinha sofrido a prisão em outras ocasiões. Desde que foi nomeado bispo por São João Paulo II, em 1991, ele tem sido perseguido pelo regime chinês.
Por sua parte, as autoridades comunistas alegaram cumprir as novas determinações do governo sobre as atividades religiosas no país. Ainda segundo a Asia News, a perseguição aos católicos romanos tem se intensificado apesar do acordo provisório entre a China e a Santa Sé no tocante à nomeação de bispos, prerrogativa sobre a qual o Partido Comunista Chinês pretende ter absoluto controle. Com base no acordo, assinado em 2018, a Santa Sé admitiu à comunhão eclesial os bispos nomeados pelo governo comunista, ao passo que este deveria ter parado de perseguir os católicos da China. O acordo foi renovado em 2020 para um novo período de dois anos.
Entretanto, ainda segundo a Asia News, a truculência do ateísmo comunista piorou desde então, com fechamentos em série de igrejas e capelas, destruição de monumentos cristãos, expulsão de párocos e freiras, multas exorbitantes a fiéis católicos e prisões arbitrárias de seminaristas, padres e bispos.
Quanto à prefeitura apostólica de Xinxiang, trata-se de uma circunscrição eclesiástica fundada na província de Henan em 1936, ou seja, treze anos antes da chegada dos comunistas ao poder na China em 1949. O governo comunista nunca a reconheceu. Seus cerca de 100 mil fiéis se mantêm leais à autoridade da Santa Sé e, portanto, resistem bravamente às pressões do regime para se filiarem à assim chamada Associação Católica Patriótica Chinesa. Apesar do nome, essa entidade nada tem de católica: foi criada pelo próprio regime comunista e é inteiramente controlada pelo Partido, visando barrar a influência do Vaticano sobre os fiéis chineses.