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Fé, Esperança e Caridade: a bela história das 3 filhas de Santa Sofia

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Aliénor Goudet - publicado em 25/05/21
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A santa, cujo nome significa "sabedoria", não enfrentou o martírio sozinha. Suas três filhas também deram suas vidas pelo Reino de Cristo

Não houve adversários mais cruéis para os cristãos do que aqueles dos primeiros séculos. Naquela época, as terras do Império Romano eram mais regadas com sangue do que com água. Quem se dedicava a Cristo corria o risco de sofrer e morrer. Mas nesta escuridão, o brilho da fé de Santa Sofia e de suas filhas (Fé, Esperança e Caridade) se destacou.

No ano de 137, quando os cristãos de Roma fugiam dos soldados do imperador, um boato se espalhou pela cidade. Uma viúva de Milão passava seus dias nas áreas pobres da cidade cuidando mais necessitados.

Com a ajuda de suas três filhas, a viúva chamada Sofia alimentava, cuidava dos pobres e os confortava. Sua gentileza a tornou apreciada por todos. O mesmo vale para suas filhas, tão generosas e prestativas quanto a mãe.

Mas dizem que, ao cair da noite, Sofia fugia para as prisões da cidade. Ela comprava os guardas e visitava os prisioneiros cristãos. Ela orava com eles e os abençoava, lembrando-os da promessa do reino vindouro.

Muitos cristãos passavam por sua provação com os corações iluminados pelas palavras de Sofia. Tão virtuosas quanto ela, Pistis (Fé), Elipis (Esperança) e Agape (Caridade) sempre a seguiam. Mas Sofia e suas filhas sabiam que não poderiam ser fiéis a Cristo fugindo para sempre.

Elas serviam incessantemente a seus irmãos. A chama da fé cristã era reacesa a cada uma de suas orações. Roma não podia ignorar este fogo brilhante que aquecia o coração dos cristãos. Mas Sofia e suas filhas foram presas e levadas à justiça perante o próprio Imperador Adriano. Entretanto diante da beleza e da simplicidade das rés, os juízes ficaram transtornados. Elas seriam, então, soltas sem punição se renunciassem a Cristo. Sem medo, Sofia respondeu que não iria trair o filho de Deus.

As três meninas foram questionadas separadamente, a fim de usar sua juventude. À Fé, a mais velha, de 12 anos, ofereceram-se belos presentes. Mas ela os rejeitou com desdém. Um carrasco a chicoteou e depois cortou seus seios, antes de mergulhá-la em óleo fervente. Mas a pureza de sua alma não deixou que nenhuma dor a afetasse.

Os torturadores fizeram as mesmas promessas à Esperança, de 10 anos, e a ameaçaram com o destino de sua irmã. Sem hesitar, ela escolheu seguir a irmã mais velha. Ela também não sentiu as chamas queimando-a ou os ganchos rasgando sua carne. 

Caridade, a mais nova, de 9 anos, foi decapitada.

O coração de Sofia, que assistiu a tudo, se dividiu entre a dor de uma mãe que perdeu suas filhas e a alegria de saber que elas estavam perto de Cristo. Porque elas não desistiram de sua pureza. Por crueldade, ela foi autorizada a enterrar os restos mortais de suas filhas, mas foi morta no mesmo local do enterro.

A história confirma a existência e o martírio das quatro santas, mas os detalhes deste último são difíceis de verificar. A lenda da tortura testemunha da mesma forma o impacto que essas santas tiveram sobre a população cristã da época. Essa devoção era particularmente notável em Bizâncio e no mundo eslavo.

Os nomes das quatro santas também fornecem uma boa metáfora. A sabedoria gera e guia a fé, a esperança e a caridade, as três virtudes teologais que todo cristão deve seguir e aplicar.