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Cardeal peita a União Europeia: “Aborto não é um direito”

Cardeal Jean Claude Hollerich
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Francisco Vêneto - publicado em 17/06/21
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Além da imposição ideológica, o ativismo pró-aborto na UE viola as prerrogativas legislativas de cada país-membro

O aborto não é um direito, reiterou sem rodeios o arcebispo de Luxemburgo, cardeal dom Jean Claude Hollerich, em declarações à agência de notícias ACI Stampa.

Dom Hollerich preside a Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE) e sua reafirmação da postura da Igreja no tocante ao aborto resiste às pressões ideológicas e econômicas da própria União Europeia, que acaba de lançar um relatório em que pede a descriminalização do aborto em todos os seus 27 países-membros. Além disso, o documento advoga pela classificação do aborto como um "direito da mulher".

Trata-se do "Relatório sobre a situação da saúde e direitos sexuais e reprodutivos na UE, no âmbito da saúde da mulher", ou, simplesmente, "Relatório Matić", por ter sido proposto pelo eurodeputado croata Predrag Fred Matić, de centro-esquerda. O relatório será votado no Parlamento Europeu neste próximo dia 23 de junho e pede que a União Europeia reconheça o "direito ao aborto", além de limitar a objeção de consciência entendida como "negação de assistência médica".

Grupos pró-vida questionam a própria natureza do documento, que extrapola as competências da União Europeia e viola o que deveria ser respeitado como prerrogativa de cada país-membro.

O cardeal de Luxemburgo, que é jesuíta assim como o Papa Francisco, esteve em Roma e no Vaticano na última sexta-feira, dia 11, junto com outros bispos da COMECE, para uma audiência com o pontífice na qual este assunto entrou em pauta.

Em suas declarações à ACI Stampa por ocasião dessa passagem pela Itália, o cardeal afirmou:

De fato, as eurodeputadas Margarita de la Pisa Carrión, da Espanha, e Jadwiga Wiśniewska, da Polônia, argumentam que o relatório não tem "rigor legal nem formal" porque "vai além das suas atribuições ao abordar questões como saúde, educação sexual e reprodução, assim como aborto e educação, que são prerrogativas legislativas dos países-membros".

Dom Hollerich prossegue:

Um desses pontos é o aborto, mas não é o único. No tocante às discrepâncias, aliás, o arcebispo de Luxemburgo destaca: