Dois terços dos norte-americanos apoiam restrições ao aborto, totais ou parciais, segundo levantamento feito pelo instituto de pesquisas Gallup.
No tocante à moralidade do aborto, 46% dos entrevistados o consideram inaceitável e 47% aceitável, o que configura um empate técnico e demonstra o quanto a população dos Estados Unidos está dividida ideologicamente.
Essa divisão fica evidente quando analisada a partir do viés partidário dos entrevistados: segundo a mesma pesquisa, o aborto é considerado moralmente aceitável principalmente entre os eleitores do Partido Democrata (64%). Entre os eleitores do Partido Republicano, este número cai para 26%.
No tocante a definir a si mesmo como pró-vida ou pró-aborto, o eleitor norte-americano deixou ainda mais clara essa divisão: 74% dos cidadãos que votam no Partido Republicano se declaram pró-vida, enquanto 70% dos votantes no Partido Democrata se disseram a favor do aborto.
Em termos de população como um todo, independentemente de preferência partidária, os percentuais foram de 49% dos norte-americanos contra o aborto e 47% a favor. Este cenário já foi pior do ponto de vista da defesa da vida do nascituro: entre 1995 e 1997, as pesquisas registravam que 52% dos norte-americanos eram pró-aborto e somente 38% eram pró-vida.
Quanto às restrições ao aborto, 48% dos entrevistados consideram que o aborto deve ser permitido somente em circunstâncias delimitadas; 32% dizem que deve ser livre em qualquer circunstância; e 19% afirmam que deve ser ilegal em todas as circunstâncias.
É deste panorama que surge a conclusão de que dois terços dos norte-americanos apoiam restrições ao aborto, sejam parciais, sejam totais.
Além disso, 45% dos entrevistados dizem apoiar medidas menos restritivas ao aborto, enquanto 52% querem medidas mais restritivas.
