Embora não haja garantias no amor, o ato de casar oficialmente e perante Deus cria um ambiente propício para aumentar as chances de felicidade. Ao contrário de uma relação ou convivência livre, o casamento responde de forma natural e autêntica ao convite que o amor nos faz.
Quando duas pessoas se apaixonam, não são chamadas a viver nenhum tipo de união. O amor as convida a uma relação em que você possa realmente amar e expressar uma doação recíproca, um amor comprometido, exclusivo, permanente, altruísta e fecundo.
A diferença entre morar junto e casar não está só no papel ou em uma cerimônia. Casar é tornar público o que o casal vive, é um novo ato de amor pelo qual duas pessoas se comprometem a amar um ao outro para sempre.
Essa medida de dedicação, comprometimento e de querer amar gera energias, ideias, esforços e atitudes que não se concretizam se o objetivo do relacionamento é estar junto até que passe o desejo de estar junto.
O ato de casar, embora não elimine as limitações ou defeitos das pessoas, é por si só um fato que faz bem para o casal e eleva as capacidades de amor dos cônjuges a um nível que pode não ser alcançado sem esse compromisso oficial.
Amantes são aqueles que simplesmente se amam. Por outro lado, os cônjuges são aqueles que, além de se amarem e por se amarem na medida que o amor lhes propõe, decidem comprometer-se a amar-se. Essa é a grande diferença.
O amor autêntico convida a uma união permanente e não temporária para viver “para sempre com o outro”.
O simples desejo de querer estar com o outro é algo meramente afetivo. Casar é um passo para a decisão de fazer dessa união um claro “sempre com você”.
Através de um ato concreto do presente (o casamento), os amantes se projetam no tempo. Eles "entram no futuro com aquela outra pessoa". Essa maneira específica significa comprometer-se.
Uma característica do casamento é o altruísmo, que é dar o melhor de si ao outro. Uma atitude que diferencia os solteiros dos casados. Através do altruísmo, você se enriquece com as diferenças da pessoa que escolheu para partilhar a sua vida.
De fato, o casamento é o que a humanidade chamou em todas as culturas e em todos os tempos de união entre um homem e uma mulher que têm toda uma riqueza para se complementar em sua diversidade sensual, racional, fisiológica, emocional e espiritual.
O bem dos cônjuges como fim do casamento são aquelas mudanças que se fazem na maneira de ser, a fim de se viver uma relação de dois como um. É a realidade de ser dois como um. Não é um casal, é um casamento.
O casamento convida a um amor fecundo, a recriar tudo com o outro, porque o amor gera fertilidade de muitas maneiras, não só no dar vida a um ser humano. O amor conjugal cria nos cônjuges uma atitude de abertura em relação à vida em geral.
A sólida estrutura oferecida pelo amor compromissado prepara um ambiente de muita tranquilidade para receber os filhos e criar no casal o apreço pelo valor da vida.
O casamento é uma herança comum da humanidade. Mas a grande riqueza dos católicos é que o casamento foi elevado por Cristo à dignidade de sacramento. Uma realidade espiritual em que Cristo une a vida do casal para ajudá-los a viver seus fins.
Isso significa que, pelo compromisso assumido, existe uma maior vontade e energia para melhorar a si mesmo, mas também, sendo sacramental, tem-se Cristo. O amor trabalha todos os dias, e onde os esforços humanos não chegam Jesus faz a sua parte.