Um padre foi agredido e preso durante a atual explosão de grandes protestos em Cuba. A ilha comunista sofre uma onda de violenta repressão do governo contra cidadãos que se manifestam nas ruas pedindo mais liberdade, melhores condições de vida e mais efetividade nas medidas de combate à pandemia de covid-19.
O sacerdote preso é o pe. Cástor Álvarez, golpeado e detido em Camagüey sob acusação de promover a desordem pública. Ele estava defendendo os manifestantes.
A agência católica ACI Prensa entrevistou outro sacerdote da mesma arquidiocese de Camagüey, o pe. Rolando Montes de Oca, que assim resumiu os motivos dos protestos em Cuba:
O padre prossegue:
O sacerdote acrescenta:
Segundo o pe. Rolando, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel convocou "os revolucionários às ruas para defender a revolução em todos os lugares" e enfatizou que "a ordem de combate está dada". O sacerdote continua:
O pe. Cástor Álvarez foi libertado nesta segunda, 12 de julho, após intervenção do arcebispo de Camagüey, dom Willy Pino. De acordo com o pe. Rolando, foi necessária "uma longa negociação do arcebispo, que durou praticamente o dia inteiro".
A agência ACI Prensa ressalta, porém, que há muitos outros manifestantes presos e cujo paradeiro não é conhecido. Entre eles há pelo menos um seminarista da localidade de Matanzas, chamado Rafael Cruz Débora, levado violentamente da própria casa às cinco da manhã. A agência informou ainda que os jovens católicos Manuel Yong e Leonardo Fernández, igualmente presos, foram transferidos de Camagüey para a capital, Havana, e que não há novas informações sobre a sua situação.