Em tempos de “fake news”, não surpreende que muitas das alegadas aparições da Virgem Maria ou de santos como São José sejam falsas. Mas isso não é coisa apenas desta época: ao longo dos séculos, a Igreja avaliou incontáveis revelações privadas e declarou a maioria delas como falsas.
São reconhecidos como merecedores de veneração somente os poucos relatos que se comprovaram autênticos e espiritualmente frutíferos após minuciosos e profundos estudos, não apenas realizados por autoridades eclesiásticas, mas também por analistas e cientistas laicos.
O primeiro passo no processo de reconhecimento de uma determinada aparição é a aprovação do bispo da diocese em que vive o visionário. Um documento do Vaticano redigido em 1978 descreve os passos necessários para confirmar uma revelação privada:
Somente a Santa Sé pode anular a decisão do bispo local - e, para reverter essa decisão, seria preciso comprovar-se algo grave, dado que já houve um processo de discernimento sério e abrangente.
Os 3 casos de revelações particulares que apresentamos a seguir foram registrados em tempos recentes e a Igreja os considerou inautênticos ou sem caráter celestial sobrenatural. Por isso, os fiéis são orientados a se distanciarem dessas supostas devoções:
Supostas aparições de Nossa Senhora, frequentemente acompanhada de São José, teriam sido testemunhadas por Edson Glauber a partir de 1994, no município brasileiro de Itapiranga, Estado do Amazonas. No início, as visões foram levadas em consideração de modo aberto e favorável pelo bispo local, mas, após investigações mais aprofundadas, a Igreja oficialmente as declarou inautênticas em fevereiro de 2017.
Maureen Sweeney Kyle teria tido várias visões e recebido mensagens supostamente celestiais, que, examinadas pelo bispo local, foram declaradas em novembro de 2009 como sem origem sobrenatural.
Uma mulher cujo pseudônimo era "Maria Divine Mercy" ("Maria Misericórdia Divina") declarou ter recebido mensagens do Céu relativas a supostas profecias, mas, após estudá-las, a diocese as declarou em contradição com a doutrina católica. A suposta visionária chegou a publicar livros, em 2012, que continham o que ela chamava de "preparação para a Segunda Vinda" do Messias.