Quando o assunto é vacinação contra a Covid-19, ainda há muita desinformação e fake news circulando na internet, em aplicativos de mensagens e nas redes sociais. Porém, a imunização, aliada às medidas sanitárias, é a melhor forma de conter a pandemia.
Para combater as notícias falsas e trazer informações confiáveis e relevantes sobre a questão, o Butantan esclarece nove mitos sobre sua vacina contra a Covid-19, a CoronaVac, desenvolvida em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac.
Mito. Diversos órgãos nacionais e internacionais, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, alertam que testes sorológicos não devem ser utilizados para determinar se um indivíduo vacinado está ou não protegido contra a Covid-19. Estes exames foram desenvolvidos para diagnosticar pessoas contaminadas pelo vírus, não para atestar proteção depois de receber a vacina.
Mito. As pesquisas sobre a vacina do Butantan contra a Covid-19 estão disponíveis em publicações relevantes e abertas ao público. Um exemplo disso é a plataforma de preprints da The Lancet, uma das revistas científicas mais respeitadas do mundo, que disponibilizou os dados finais dos ensaios clínicos de fase 3.
Mito. Efeitos adversos são esperados e previstos em bula. Porém, a CoronaVac possui alto perfil de segurança e utiliza uma das tecnologias em fabricação de vacinas mais estudadas e seguras do mundo, de vírus inativado.
No Brasil, dados sobre a segurança da vacina do Butantan foram obtidos em ensaios clínicos de fase 3 com milhares de voluntários em 2020. As manifestações indesejadas foram muito leves e não foi necessária atenção médica maior. Já no Projeto S, estudo clínico realizado pelo Butantan na cidade de Serrana, foram administradas 54.882 doses na população adulta do município e não houve relato de evento adverso grave relacionado à vacinação.
Em estudos realizados na China com mais de 50 mil voluntários, 94,7% deles não apresentaram qualquer reação adversa ao serem imunizados com a CoronaVac. Efeitos adversos de grau baixo foram notados em 5,3% dos participantes.
Mito. Os chineses têm grande experiência na produção de vacinas. Inclusive, outras vacinas em aplicação no país utilizam insumos farmacêuticos vindos da China. Vale ressaltar que cerca de 35% dos medicamentos usados e aprovados no Brasil possuem matéria-prima ou componentes de origem chinesa.
Mito. Os vírus são diferentes. A CoronaVac protege contra o SARS-CoV-2, causador da Covid-19. Para se imunizar contra os vírus causadores da gripe é preciso tomar a vacina Influenza Trivalente (Fragmentada e Inativada), também fabricada pelo Butantan.
Mito. A CoronaVac é, sim, eficiente e a aplicação da vacina no mundo real está mostrando que ela possui alto perfil de segurança. O Butantan está investindo no desenvolvimento da ButanVac, sua nova vacina contra a Covid-19, por outros motivos: se for provada eficiente e segura, terá um custo baixo e será produzida inteiramente no Brasil, com insumos nacionais, aumentando a oferta de imunizantes e contribuindo para o combate à pandemia.
Mito. Uma reação muito rara, a trombose associada à trombocitopenia (baixa contagem de plaquetas), ocorreu em algumas pessoas que receberam vacinas que utilizam a tecnologia de vetor viral e despertaram a preocupação da população. A CoronaVac é feita a partir de vírus inativados (mortos) e, com milhões de doses já aplicadas no Brasil, não houve relatos envolvendo este tipo de efeito adverso até o momento.
É consenso entre especialistas que os benefícios da vacinação superam em muito seus riscos. Segundo orientações do Programa Nacional de Imunizações (PNI), pessoas com antecedente de trombose sem trombocitopenia (com plaquetas normais), ou mesmo com fatores de risco para trombose, não têm contraindicação para receber qualquer uma das vacinas disponibilizadas no Brasil.
Mito. Na maioria dos casos, pode-se tomar medicamentos normalmente. Analgésicos comuns, que são comprados sem receita médica, podem ser usados porque não interferem na vacinação. Também não há contraindicação para o uso de qualquer antibiótico ou antiviral antes ou depois da aplicação da CoronaVac. Quanto aos medicamentos de uso contínuo, não é preciso interromper a administração, a não ser sob orientação médica.
O único cuidado é evitar o uso de corticoesteroides sem recomendação médica. Esse tipo de medicação pode, sim, interferir na resposta à vacina. Quem toma esse tipo de medicamento diariamente devido a alguma comorbidade não deve interromper seu uso. Se for o seu caso, tire suas dúvidas com seu médico de confiança antes de se imunizar.
Mito. Não há qualquer recomendação nesse sentido, tanto por parte do Butantan quanto por parte da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). A bula da CoronaVac orienta que a aplicação seja na região deltoide da parte superior do braço, podendo ser o direito ou o esquerdo.
(Butantan)