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Supostos nomes dos anjos: a Igreja reprova o que não tem base na Bíblia

Arcanjos
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Francisco Vêneto - publicado em 29/09/21
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As Sagradas Escrituras mencionam sete arcanjos, mas só fornecem o nome de três deles

A Igreja Católica reprova o costume de utilizar supostos nomes dos anjos fora do que a Bíblia indica.

De fato, a Sagrada Escritura menciona sete arcanjos, mas só fornece o nome de três deles. O livro de Tobias (12,15) fala de São Rafael como "um dos sete anjos que estão diante da glória do Senhor e têm acesso à sua presença", enquanto o Apocalipse (8,2) corrobora: "Vi os sete anjos que estavam diante de Deus e eles receberam sete trombetas".

No entanto, apenas três dos sete arcanjos têm os nomes mencionados: Miguel, Rafael e Gabriel. Alguns textos apócrifos mencionam os outros quatro, mas a Igreja reconhece somente os três nomes que constam na Bíblia.

O decreto Litteris Diei, de 6 de junho de 1992, esclarece que "é ilícito ensinar e usar noções sobre anjos e arcanjos, sobre seus nomes pessoais e suas funções particulares, fora do que é diretamente refletido nas Sagradas Escrituras. Consequentemente, todas as formas de consagração a anjos e qualquer outra prática diferente dos costumes do culto oficial são proibidas".

Por sua vez, o número 217 do Diretório da Piedade e Liturgia Popular, de 2002, diz que se deve reprovar o costume de dar aos anjos nomes em particular, exceto Miguel, Gabriel e Rafael, que estão contidos nas Escrituras.

Com base nas disposições da Santa Sé, portanto, os fiéis não devem usar supostos nomes dos anjos em suas orações públicas e privadas, a não ser os canonicamente aprovados.

Em comentários compartilhados via rede social, monsenhor André Sampaio observa que a atribuição de nomes aos sete principais arcanjos está ligada a tradições da angelologia de matriz judaica e copta, não existindo consenso nem quanto aos seus nomes, nem quanto às suas funções, nem quanto às suas hierarquias.

A cabala e outras doutrinas esotéricas, prossegue o padre, levou à busca de alguma correspondência entre os sete arcanjos e os sete dias da semana ou às sete "estrelas não-fixas" da astronomia antiga: Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno. Nada disso, porém, encontra respaldo na tradição católica.

São Gabriel anuncia a Maria

O Arcanjo São Gabriel aparece no Antigo Testamento e também nos Evangelhos, quando faz o anúncio a Zacarias de que vai nascer o seu filho São João Batista (cf. Lc 1,11-20) e, principalmente, quando anuncia para a Santíssima Virgem Maria que ela será a Mãe de Jesus (cf. Lc 1,26-38).

Gabriel costuma ser representado na arte cristã com um ramo de açucena. Por ter sido o encarregado da Anunciação a Nossa Senhora a respeito da vinda do Filho de Deus, ele é o padroeiro dos comunicadores e das comunicações.

Seu nome significa “a Força de Deus“.

São Rafael

O Arcanjo São Rafael é citado no livro de Tobias, a quem Deus o envia para acompanhá-lo durante a viagem em que se casa com Sara.

Por ter instruído Tobias sobre como recuperar a vista do seu pai, São Rafael é invocado na luta contra doenças e pedindo proteção nas viagens.

Seu nome significa “Deus cura”.

Arcanjo Miguel

Segundo a tradição, quando o anjo Lúcifer se rebelou contra Deus e se desterrou para sempre do Céu, tornando-se o diabo, o Arcanjo São Miguel clamou fortemente em defesa do Criador: “Quem é como Deus?”

É justamente desta expressão em hebraico, “Micha-El”, que vem o seu nome. Em português, o nome acabou se transformando em Miguel.

A este arcanjo defensor a tradição sempre recorre pedindo proteção e libertação dos ataques do diabo. Por isso ele costuma ser representado como guerreiro de espada em riste, esmagando com o calcanhar a cabeça do demônio.

Vários santuários mundo afora são dedicados a São Miguel, o arcanjo guerreiro. Sete deles, espalhados por regiões distantes entre si, são unidos por uma impressionante linha reta invisível, conforme você pode conferir no seguinte artigo:

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