separateurCreated with Sketch.

A prática da Confissão frequente

confession
whatsappfacebooktwitter-xemailnative
Vanderlei de Lima - publicado em 23/01/22
whatsappfacebooktwitter-xemailnative
O Papa Francisco nos demonstra, com a sua própria vida, a importância da Confissão frequente ao declarar: “Todos somos pecadores"

Por Confissão frequente ou “de devoção” entendemos a busca do sacramento da Reconciliação para a acusação dos pecados veniais ou leves ao sacerdote em curto espaço de tempo (semanal, quinzenal, mensal). Estudemo-la.

O Código de Direito Canônico vigente assim se expressa: “cânon 988 § 1. O fiel tem obrigação de confessar, quanto à espécie e ao número, todos os pecados graves, de que tiver consciência após diligente exame, cometidos depois do batismo e ainda não diretamente perdoados pelo poder das chaves da Igreja nem acusados em confissão individual. § 2. Recomenda-se aos fiéis que confessem também os pecados veniais”.

Pelo teor deste cânon, nota-se que permanece válida, na Igreja, a distinção entre pecado grave ou mortal e leve ou venial. A diferença entre ambos é, segundo Dom Dadeus Grings, em seu Curso de Direito Canônico, p. 95, “do dia para a noite. No primeiro caso, o homem vive como ‘inimigo’ de Deus. E não são alguns atos isolados que modificam esta situação. Só Deus pode restituir-lhe a vida da graça. Para isso, é necessário o sacramento. No segundo caso, o homem é amigo de Deus, mas, por fragilidade humana, não corresponde plenamente ao amor divino. Não é perfeito. Reconhece-se por isso, ao mesmo tempo, santo e pecador”. Ora, a confissão frequente – não obrigatória, mas recomendável – muito ajudará esse amigo de Deus a tornar-se cada vez mais íntimo d’Ele.

É o Papa Pio XII quem, por primeiro, muito recomenda aos fiéis a Confissão frequente dos pecados leves: “É verdade, e vós bem sabeis, veneráveis irmãos, que há muitos modos e todos muito louváveis, de obter o perdão dessas faltas; mas para progredir mais rapidamente no caminho da virtude, recomendamos vivamente o pio uso, introduzido pela Igreja sob a inspiração do Espírito Santo, da confissão frequente, que aumenta o conhecimento próprio, desenvolve a humildade cristã, desarraiga os maus costumes, combate a negligência e tibieza espiritual, purifica a consciência, fortifica a vontade, presta-se à direção espiritual, e, por virtude do mesmo sacramento, aumenta a graça” (Mystici Corporis Christi n. 86; cf. Pio XII. Mediator Dei n. 161-162).

Em sua Mensagem sobre a Penitência, de 23/03/1977, o Papa São Paulo VI também louva as vantagens espirituais “que a confissão nos oferece, principalmente se o recurso frequente ao sacramento acompanha o desenvolvimento da vida real, fortalecendo a alma que deseja ser forte e fiel na profissão da sua fé” (itálico nosso). Em suma, a Confissão frequente não pode ser mera rotina, mas meio da graça para o progresso espiritual do penitente.

São João Paulo II, por sua vez, escreve: “Com a presente Exortação, quero dirigir um instante apelo a todos os Sacerdotes do mundo, especialmente aos meus Irmãos no Episcopado e aos Párocos, para que favoreçam com todas as veras a frequência dos fiéis a este Sacramento” (Reconciliatio et paenitentia, 31, VI – itálico nosso). Também o Papa Bento XVI, dirigindo-se aos Bispos suíços, em 07/11/2006, recomenda: “Exortai os fiéis a aproximar-se regularmente do sacramento da Penitência, que permite descobrir o dom da misericórdia de Deus e que leva a ser misericordioso com os outros, como Ele” (O Papa Bento XVI e a confissão. Cançãonova.com – itálico nosso).

Já o Papa Francisco nos demonstra, com a sua própria vida, a importância da Confissão frequente ao declarar: “Todos somos pecadores. Também o Papa se confessa a cada 15 dias, porque também o Papa é um pecador. E o confessor ouve as coisas que eu lhe digo, aconselha-me e me perdoa, porque todos precisamos deste perdão” (ACI Digital, 21/11/2013 – itálico nosso). 

O Santo Padre, como religioso jesuíta, relembra-nos, com sua prática, o Código de Direito Canônico, cânon 664, a prescrever que “os religiosos se esforcem na sua própria conversão para Deus, façam também todos os dias o exame de consciência e se aproximem frequentemente do sacramento da penitência”. Em nota a este cânon, o Pe. Jesús Hortal, SJ, esclarece que “a expressão ‘frequentemente’ significa ‘duas vezes por mês’ (Communicationes 13, 1981, p. 181)”.

Sirvamo-nos, pois, no contínuo processo de conversão rumo à santidade (cf. Mt 5,48), da Confissão frequente como mais um poderoso auxílio da graça em nossa vida.

Newsletter
Você gostou deste artigo? Você gostaria de ler mais artigos como este?

Receba a Aleteia em sua caixa de entrada. É grátis!

Aleteia vive graças às suas doações.

Ajude-nos a continuar nossa missão de compartilhar informações cristãs e belas histórias, apoiando-nos.