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A consagração a Jesus por Maria

OUR LADY OF FATIMA
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Vanderlei de Lima - publicado em 13/03/22
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Para bem viver essa consagração, o fiel há de agir sempre com, em, por e para Maria e rezar, a cada dia, a Coroinha da Santíssima Virgem

O presente artigo trata da “consagração de si mesmo a Jesus Cristo, a Sabedoria encarnada, pelas mãos de Maria”, conforme a denominou São Luís Maria Grignion de Montfort (1673-1716) no seu Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem.

O caminho do santo francês é muito claro: a meta final da humanidade há de ser o Reino de Cristo (cf. 1Cor 15,25). Todavia, para que esse Reino se estabeleça, faz-se necessária a implantação do Reino de Maria, a via mais segura para Jesus (cf. Jo 2,5). Ora, tal Reino só virá se muitas e muitas pessoas – após a devida preparação – se consagrarem a Jesus Cristo, a Sabedoria encarnada, pelas mãos de Maria, como escravos de amor a exemplo do próprio Filho de Deus (cf. Fl 2,7).

O padre Humberto Jonge, SMM, filho espiritual de São Luís de Montfort, explica melhor o que acabamos de sintetizar: “Por que essa doação total a Maria? Porque Deus a estabeleceu Medianeira entre Ele e nós. Conferiu-lhe a missão de dar Deus aos homens e os homens a Deus. E Montfort nos ensina a reconhecer e respeitar essa missão. Uma vez que o papel de Maria é conduzir os homens a Deus, nós nos damos a ela, a fim de lhe dar a oportunidade de cumprir a sua função. E a ‘Virgem fiel’ se desempenha admiravelmente de sua missão. Aquilo que lhe damos, ela oferece a Deus. Consagrar-se inteiramente a Maria, portanto, não é mais do que se dar totalmente a Deus. Assim, esta consagração-total é, em suma, uma renovação perfeita dos votos do batismo. No batismo, damo-nos ao Cristo pelos lábios de nossos padrinhos; nessa consagração, nós mesmos o fazemos e nos damos ao Cristo da maneira mais perfeita, pelas mãos puras de nossa Mãe” (Vida de São Luís Maria Grignion de Montfort. Aparecida: Santuário, 1992, p. 85-86).

Consagração

Isso posto, resta-nos expor os passos para se fazer e viver a consagração a Jesus por Maria no método proposto por São Luís. Pois bem, o primeiro passo – depois de bem conhecer o Tratado – é a preparação. Ela começa com o emprego de doze dias dedicados ao desapego do espírito mundano. Nessa dúzia de dias, rezam-se o Veni, Creator Spiritus (Vem, ó Criador Espírito) e o Ave, Maris Stella (Ave, do mar Estrela). Passa-se, em seguida, ainda dentro desse tempo preparatório, a um período de três semanas. A primeira é dedicada à aquisição do conhecimento de si mesmo. Nela, são recitadas as Ladainhas do Espírito Santo e a de Nossa Senhora. A segunda destina-se a adquirir o conhecimento da Santíssima Virgem. Aí, se continua a rezar a Ladainhas do Espírito Santo, mas acrescentam-se a ela a Ave, Maris Stella e um Rosário ou ao menos um Terço. Por fim, a terceira e última semana é empregada na obtenção do conhecimento de Jesus Cristo. Rezam-se, então, além da Ladainhas do Espírito Santo, a Ave, Maris Stella e a oração de Santo Agostinho pedindo o amor de Jesus buscado por meio de Maria.

Concluída a preparação, recomenda-se fazer uma Confissão sacramental para se entregar a Jesus por Maria em estado de graça. Mais: quem faz ou renova a sua consagração no dia de São Luís, 28 de abril, ou no da Imaculada Conceição de Maria, 8 de dezembro, ganha indulgência plenária, desde de que tenha se confessado recentemente e reze um Pai-nosso, uma Ave-Maria, e um Glória, pelas intenções que estão no coração do Santo Padre, o Papa. Contudo, pode-se escolher para a consagração outra data mariana ou, então, o primeiro sábado do mês, mas nelas não se ganha a referida indulgência. Aconselha-se fazer a consagração após a Santa Missa (com comunhão) e sua fórmula deve estar numa folha a ser assinada pelo neo consagrado. Essa consagração será renovada a cada ano, na mesma data da primeira vez, com igual preparação.

Para bem viver essa consagração, o fiel há de agir sempre com, em, por e para Maria e rezar, a cada dia, a Coroinha da Santíssima Virgem, ter grande apreço ao mistério da Encarnação (25 de março), ao Angelus, ao Rosário, ao Magnificat e usar, se possível, uma pequena correntinha benta como sinal externo da sua escravidão de amor. 

Queira, pois, ler e meditar o Tratado e, se o Espírito Santo o (a) inspirar, consagre-se também a Jesus Cristo, a Sabedoria encarnada, pelas mãos maternais de Maria.