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Brasileira que foi mártir em plena década de 1980 será beatificada em dezembro

Isabel Cristina Mrad Campos, mártir brasileira da castidade
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Francisco Vêneto - publicado em 23/06/22
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O agressor golpeou a jovem com uma cadeirada na cabeça. Em seguida, amarrou-a, pôs-lhe uma mordaça e rasgou sua roupa. Mesmo assim, Isabel não cedia. O bandido a matou então com nada menos que 15 facadas.

Uma brasileira que foi mártir em plena década de 1980 será beatificada em dezembro pela Igreja Católica. Trata-se de Isabel Cristina Mrad Campos, assassinada enquanto defendia com heroísmo a sua castidade durante uma covarde tentativa de estupro em 1982.

A cerimônia de beatificação está marcada para o dia 10 de dezembro em Barbacena, MG, presidida pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito da congregação vaticana para as Causas dos Santos. A notícia foi confirmada na manhã de hoje, 23, por dom Airton José dos Santos, arcebispo de Mariana, também no estado mineiro.

Quem é a futura beata Isabel Cristina Mrad Campos

Filha do casal católico José Mendes Campos e Helena Mrad Campos, Isabel nasceu em 29 de julho de 1962 em Barbacena e, segundo depoimentos divulgados pela arquidiocese de Mariana, era "sensível, sobretudo com os mais pobres, idosos e crianças, o que certamente aprendeu na família, que era vicentina".

Assídua na Santa Missa e na recepção dos sacramentos, Isabel participou, quando adolescente, da Associação de Voluntariado das Conferências de São Vicente, de cujo conselho central em Barbacena o seu pai era presidente.

Em 1982, foi fazer um curso pré-vestibular em Juiz de Fora, esperando ser aprovada na faculdade de medicina: tinha o sonho de tornar-se pediatra para atender especialmente as crianças pobres. Na cidade, frequentava a igreja do Cenáculo, onde fazia adoração ao Santíssimo Sacramento solenemente exposto.

Foi naquele mesmo ano que, em 1º de setembro, Isabel foi vítima de um covarde criminoso contratado para montar um guarda-roupa no pequeno apartamento para onde a jovem estava se mudando juntamente com o irmão, Paulo Roberto. O bandido tentou estuprá-la, enquanto Isabel resistia heroicamente para preservar a sua castidade. O agressor golpeou a jovem com uma cadeirada na cabeça. Em seguida, amarrou-a, pôs-lhe uma mordaça e rasgou sua roupa. Mesmo assim, Isabel não cedia. O bandido a matou então com nada menos que 15 facadas.

De acordo com a arquidiocese de Mariana, foram os fiéis que "tiveram a iniciativa de entrar com o pedido de um processo para sua beatificação", o que se concretizou em 2001.

Em 2020, o Papa Francisco reconheceu o martírio da serva de Deus. A beatificação, no entanto, precisou ser adiada devido à pandemia de covid-19.

Outras mártires brasileiras da pureza

Situação semelhante à de Isabel ocorreu com a serva de Deus Benigna Cardoso da Silva, cujo martírio aos 14 anos, também decorrente da sua resistência contra um agressor sexual, foi reconhecido pelo Papa Francisco em outubro de 2019. Sua beatificação, igualmente postergada pela emergência sanitária, será finalmente celebrada em outubro deste ano.

Uma das mais conhecidas e veneradas mártires brasileiras que se sacrificaram para defender a pureza é a beata Albertina Berkenbrock, comparada com Santa Maria Goretti porque também foi morta muito jovem, em 1931, enquanto resistia a uma tentativa de estupro. Albertina tinha apenas 12 anos de idade.

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