Uma das ordens mais austeras da Igreja abriu o seu quarto mosteiro no maior país muçulmano do mundo, a Indonésia.
Trata-se dos monges trapistas, que são beneditinos da Ordem Cisterciense da Estrita Observância. O apelido "trapista" nasceu do fato de que o primeiro mosteiro dessa ordem religiosa foi a abadia de La Trappe, na França: portanto, não tem nada a ver com o termo "trapos", em português, nem com a frequente ideia equivocada de que seriam monges "esfarrapados" ou mendicantes.
Os monges da ordem trapista são cenobitas, ou seja, vivem em comunidade, o que os diferencia, por exemplo, dos monges cartuxos, que são eremitas ou anacoretas, ou seja, de vida solitária. Os cartuxos, a propósito, são tradicionalmente apontados como a ordem mais austera da Igreja. Por sua vez, os trapistas podem não ser associados ao mesmo grau de rigor do carisma cartuxo, dado que são vocações diferentes, mas, ainda assim, também vivem em grande austeridade e simplicidade. Um dos mosteiros trapistas fica no Brasil, em Campo do Tenente, PR.
A ordem já estava na Indonésia havia décadas, com outros mosteiros fundados naquele país em 1953, 1987 e 1996. A fundação do quarto e mais recente mosteiro trapista no maior país muçulmano do planeta se realizou neste último 14 de julho, em Penggadungan. É uma pequena localidade a três horas e meia da cidade de Ketapang, numa região isolada e cercada por floresta.
O superior da nova comunidade será o pe. Mikael Santana, com três monges assistentes.
A propriedade em que o mosteiro foi erigido foi comprada há décadas pelo então bispo da diocese, dom Blasius Pujaraharja. A inauguração do mosteiro foi presidida pelo bispo atual, dom Pius Riana Prapdi, e a bênção das instalações foi feita pelo bispo e pelo pe. Isaac Majoor, holandês, superior dos trapistas na abadia de Konigshoeven em Tilburg.
O bispo dom Pius declarou que é uma graça "ter um mosteiro trapista na nossa diocese" e enfatizou que "as orações são realmente necessárias" para o mundo.