A gigantesca explosão em Beirute completa 2 anos neste 4 de agosto num cenário ainda desolador. Nesta semana, o porto da capital libanesa, que nunca mais se recuperou da tragédia, voltou às manchetes mundiais com a notícia de novos desabamentos no que havia restado em pé dos depósitos já arruinados em 2020.
Os restos fantasmagóricos dos armazéns tinham permanecido todos estes meses sem serem demolidos, dadas as dimensões da crise econômica do país. A recente e histórica onda de calor que se estendeu sobre amplas áreas do hemisfério Norte provocou a fermentação dos grãos que continuavam dentro dos armazéns, o que, por sua vez, causou um incêndio que os combalidos bombeiros de Beirute não tiveram condições de extinguir.
Os depósitos estavam severamente danificados desde a megaexplosão que deixou pelo menos 215 mortos e acelerou a crise econômica, política e social do Líbano. De fato, desde bem antes do desastre que devastou a zona portuária da capital, o país inteiro já vinha sofrendo uma longa e pesada crise geral, que piorou drasticamente após os acontecimentos daquele 4 de agosto que assombrou o mundo em plena pandemia de covid-19.
Entre as centenas de vidas perdidas, os milhares de machucados e os prejuízos materiais difíceis de calcular, a sequência de más notícias parecia infindável. O país continua até hoje mergulhado na crise e são remotas as perspectivas de recuperação no médio prazo.
Ainda assim, alguns sinais trouxeram esperança e inspiração à população libanesa, em particular aos católicos:
O corpo do jovem de 23 anos agarrado ao Crucifixo
Joe Elias Akiki foi um dos mais de cem cidadãos libaneses considerados desaparecidos logo após a tragédia, enquanto o país contava dezenas de mortos e milhares de feridos.
Quando o seu corpo foi encontrado, três dias depois, nos escombros de um prédio que havia desabado, descobriu-se que Joe tinha tido companhia: em uma de suas mãos, o jovem de 23 anos segurava firmemente um pequeno Crucifixo, que o acompanhara na partida deste mundo rumo à eternidade.
A imagem de Maria intacta após a explosão em Beirute
Ainda entre as muitas imagens que foram amplamente compartilhadas nas redes sociais enquanto Beirute e o país tentavam redefinir os seus rumos após as mega-explosões, chamaram bastante atenção as fotos de uma estátua de Nossa Senhora que permaneceu intacta dentro de um nicho que dava para uma rua gravemente atingida pelo impacto destrutivo.
As fotos foram divulgadas no Twitter pela conta Maronitas_es, que publica informação em língua espanhola sobre os católicos libaneses de tradição maronita: