A produção, da cineasta Leide Jacob, teve gravações na igreja de Santa Marina, situada na zona leste da cidade de São Paulo, e conta com a narração do pe. Júlio Lancellotti, pároco de São Miguel Arcanjo, no bairro paulistano da Mooca, e vigário da Pastoral do Povo da Rua de São Paulo.
Segundo o material de divulgação da obra, "o filme promove sensíveis discussões contemporâneas sobre, por exemplo, o respeito ao nome social, ressignificando Santa Marina em São Marino", mediante "encenações, reflexões e interações de um grupo de pessoas transmasculines" (sic). A descrição do trailer do curta-metragem, divulgado no último dia 11, acrescenta que "a luta contra a transfobia é de todes" (sic).
Ideologia de gênero
Assim como a descontextualização da identidade sexual de Santa Marina é uma deturpação histórica de motivação ideológica, também os termos "todes" e "transmasculines" são exemplos da assim chamada "linguagem neutra", uma novilíngua que deturpa a gramática da língua portuguesa com base em teses ligadas em menor ou maior grau à ideologia de gênero.
Essa ideologia, por sua vez, é uma bandeira de militâncias políticas de esquerda e, grosso modo, alega que a identidade sexual humana seria uma "construção social" completamente dissociada do sexo biológico.
Atenção: é fundamental não confundir a ideologia de gênero com a simples e necessária conscientização sobre o respeito devido às pessoas homossexuais. O que a ideologia de gênero prega não é cidadania, mas sim mentiras pseudocientíficas que dissociam a biologia e a psicologia de forma radical, podendo provocar tragédias como a que foi detalhadamente documentada no caso dos irmãos gêmeos canadenses Bruce e Brian Reimer, assim como distúrbios sociais como os que são descritos no impactante documentário norueguês "Hjernevask" (“Lavagem Cerebral”). Saiba mais sobre o caso Reimer e sobre o documentário em questão:
Resposta da Arquidiocese de São Paulo
Sem fazer menção ao pe. Júlio Lancellotti, a arquidiocese paulistana desautorizou as tergiversações ideológicas em torno a Santa Marina afirmando explicitamente que "tal narrativa não condiz com a realidade sobre a vida de Santa Marina". A nota acrescenta:
A nota resume a história de Santa Marina:
A verdade sobre o sexo feminino de Santa Marina só foi descoberta após a sua morte. Ao canonizá-la, a Igreja a reconheceu como a mulher que de fato era e não como o suposto monge de que ela havia se disfarçado.
É relevante propor a discussão da perspectiva contrária: quais poderiam ser as proporções da grita ideológica se a Igreja Católica tivesse canonizado uma mulher como se fosse homem?